Marcus Liborio |
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Descerramento da placa: presidente da AES Eletropaulo, Charles Lenzi (à esq.); presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas; secretário estadual de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles; prefeito Clodoaldo Gazzetta; e o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda |
A posição estratégica no Estado de São Paulo e a qualidade de recursos humanos de Bauru foram determinantes na escolha da cidade para a instalação do Centro de Operações de Geração de Energia (Coge) da AES Tietê, que controla 12 hidrelétricas do Estado de São Paulo. A cerimônia de inauguração, nessa quarta-feira (25), contou com a presença da gerência executiva da empresa, lideranças políticas municipais e estaduais e autoridades civis e militares.
Com atuação de quase 20 anos no Brasil, a companhia tem um parque gerador composto por nove usinas e três centrais hidrelétrica no Estado que, juntas, somam 2.658 megawatts (MW) de capacidade instalada e 1.278 de garantia física, com concessão válida até 2029. É responsável por 7,6% da capacidade estadual, suficientes para atender uma população de 20 milhões de habitantes.
O Centro de Bauru, que está localizado no quilômetro 348 da Marechal Rondon (pouco após o Gasparini), ficará responsável pelo gerenciamento de todas essas plantas da empresa (veja a lista no quadro abaixo), incluindo também as eclusas. Foram investidos R$ 21 milhões, que contemplam a implantação de um datacenter, sistema de geração solar fotovoltaico, microrrede inteligente, controle de segurança de barragens, sistema de monitoramento das bordas dos reservatórios e operação dos ativos da companhia.
"Será feito o controle também das usinas eólicas na Bahia e usinas solares em construção. Antigamente, tínhamos que ir até estes locais para resolver os problemas. Agora, monitoramos tudo por aqui e comunicamos os técnicos que estão nas usinas", explica o presidente da AES-Tietê, Ítalo Freitas.
RECURSOS HUMANOS
Ítalo revela que a posição geográfica de Bauru e mão de obra qualificada para projetos tecnológicos foram determinantes na instalação do complexo na cidade. "Há sete grandes universidades por aqui. Nós desenvolvemos um tecnologia de drones subaquáticos e outros projetos com o Centro de Engenharia da Unesp local. Além disso, o município fica no Centro do Estado, onde estão localizadas a maioria das nossas usinas", justifica.
Secretário estadual de Energia e Mineração, João Carlos Meirelles esteve na inauguração representando o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "O Centro chega com a proposta de regular a introdução das energias renováveis, algo que impacta Bauru e toda região. Temos que destacar, ainda, a qualidade de recursos humanos da cidade", reitera Meirelles.
O titular da pasta observa ainda o fator do impacto na economia. "É um investimento que reflete na economicidade dos consumidores. Além disso, permite a qualificação de gente de alto nível que estuda em Bauru para trabalhar nas fronteiras Brasil afora", finaliza.
'MARCO HISTÓRICO'
O prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSD) definiu a inauguração do Centro de Operações como um "marco histórico" para Bauru no ponto de vista tecnológico e científico. "Grande parte da tecnologia do mundo está integrada aqui nesse complexo. Além disso, é um investimento que gera emprego e renda para cidade e região, e incentiva a produção de energia renovável", frisa.
Estado poderá se tornar o maior centro de energia solar do Brasil
"O Estado de São Paulo tem potencial para se tornar o maior centro de energia solar do País". A frase é do presidente da AES Brasil, Julian Nebreda, em entrevista ao JC durante a inauguração do Centro de Operações de Geração de Energia (Coge) em Bauru.
Ele destaca que há uma meta, até 2020, de dobrar o tamanho da AES Tietê (um "braço" da AES Brasil) através do investimento em energias renováveis: eólicas e solar. "Temos três anos para isso. Este processo dinamizará a energia renovável em nível estadual".
Durante o evento, a empresa reforçou o anúncio de novas frentes de fonte solar. "Temos um projeto de 90 megawatts em Ouroeste e 180 megawatts de Guaimbê, que, em breve, estará em geração. Isso fará de São Paulo o Estado com maior produção solar do Brasil", reitera o presidente da AES Tietê, Ítalo Freitas.
Nos últimos cinco anos, a empresa investiu R$ 800 milhões em modernização e manutenção das usinas hidrelétricas. São, atualmente, 3.044 MW de capacidade instalada.
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