| IASCJ/Divulgação |
| Selo oficial em comemoração ao chamado “ano cleliano” e à beatificação da madre: próximos passos já estão definidos |
A aprovação do milagre realizado por intercessão de Madre Clélia Merloni, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração (IASCJ), fez com que, no último dia 27, o papa Francisco abrisse o caminho para a beatificação da religiosa, conforme já noticiado. Segundo nota do IASCJ, enviada nessa segunda-feira (29) ao JC, o milagre, que passou por minuciosa análise, curou um médico de Ribeirão Preto, em 1951, de uma paralisia ascendente progressiva, chamada Síndrome de Landry ou GuillainBarré.
A assinatura da aprovação, pelo pontífice, deu fim a um longo período de investigação da Congregação para as Causas dos Santos e da junta médica de especialistas, Bispos e Cardeais. Em uma sessão Ordinária, em janeiro deste ano, o milagre atribuído à intercessão de Madre Clélia foi reconhecido com voto positivo e unânime. No último sábado, o Papa Francisco aprovou e promulgou o milagre.
Agora, de acordo com nota do IASCJ, o próximo passo é o anúncio público, em cerimônia na Basílica de São João de Latrão, em Roma na Itália, a ser agendado ainda para 2018, quando Madre Clélia receberá o título de Beata. Depois desta fase vem a canonização, ou seja, caso haja a comprovação de mais um milagre, Madre Clélia ainda poderá ser declarada santa da Igreja Católica.
DIFICULDADE
Em 14 de março de 1951, o médico brasileiro Pedro Ângelo de Oliveira Filho foi, repentinamente, atingido por uma complexa paralisia dos quatro membros. Ele foi hospitalizado, com urgência, no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto com diagnóstico de paralisia ascendente progressiva.
Em dias, o problema evoluiu para insuficiência respiratória aguda e atingiu a glote, causando grande dificuldade para engolir. Dada a gravidade da doença e a insuficiência de remédios na época, dia 20 março daquele ano, os médicos suspenderam os tratamentos e o desenganaram.
Com isso, a esposa de Pedro se encontrou com a Irmã Adelina Alves Barbosa que lhe deu uma novena de Madre Clélia, com uma foto contendo um pedaço do tecido do véu que a religiosa usava.
CAMINHADA
Após intensas orações, Irmã Adelina deu a Pedro goles de água onde colocou a pequena relíquia. O paciente estava muito doente, mas conseguiu beber um pouco. Após minutos, perceberam que ele conseguia engolir e não perdia mais a saliva. Depois de outras tentativas com sucesso, todos ficaram maravilhados com a rápida melhora.
O médico chegou pela manhã e, ao ver o paciente curado, exclamou que seria um milagre. A melhora foi progressiva e, em de 20 dias, Pedro caminhava normalmente. No dia 6 de maio, recebeu alta do hospital porque a cura foi completa, permanente e sem sinais dos sintomas. Ele morreu em 25 de setembro de 1976, devido a uma parada cardíaca.
Vida e obra
Clélia Cleópatra Merloni nasceu em Forli, na Itália, em 10 de março de 1861. Ainda jovem, sentiu-se atraída para a vida religiosa. Com fé, coragem e determinação, respondeu ao chamado divino, concretizando seu ideal.
No dia 30 de maio de 1894, em Viareggio, também na Itália, funda o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ). Seis anos após a fundação, ela enviou suas filhas para a América. Em 1900, as primeiras apóstolas chegaram em terras brasileiras.
Madre Clélia morreu em Roma, em 21 de novembro de 1930. Seu corpo, depois de ser exumado em 1945 e encontrado incorrupto, agora repousa na Capela da Casa Geral das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, em Roma.
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Após a notícia, colégio em Bauru implanta espaço para homenagem
| Malavolta Jr. |
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| Maria Cícera com Valentina Luz, Pedro Salmen, Alice Rocha, Dani Yuji Alvares e Isis Domingues |
Uma das instituições que está em festa com a boa nova é o Colégio Infantil Madre Clélia (Vila Cardia). De acordo com a superiora da comunidade religiosa e gestora pedagógica e administrativa, Irmã Maria Cícera da Conceição Silva, a notícia mudou a rotina do colégio.
"A comunidade educativa está vibrando. Hoje [ontem], pela manhã, os alunos e os pais foram recepcionados de forma diferente. Levamos eles à biblioteca, onde fizemos um espaço especial com o quadro da Madre Clélia, contamos sua história e cantamos músicas sobre ela", explica.
De acordo com a religiosa, essas atividades ainda acontecerão durante os próximos dias. "Cada professor poderá levar os alunos em algum momento para fazer um momento especial no local", conclui.
Além do Colégio Infantil Madre Clélia, o IASCJ é a instituição mantenedora em Bauru do Colégio São José, da Universidade Sagrado Coração (USC), Colégio São Francisco e Central Sagrado - Rede de Educação e Projetos Sociais do Centro Sócio Educativo Irmã Adelaide.
O instituto ainda está presente em 15 países, nos continentes europeu, americano, asiático e africano, com atuação nas áreas da educação, saúde, missões e promoção humana e espiritual.
