É preciso, claro, entender que o Campeonato Paulista, apesar de ser o estadual mais forte do País, não é parâmetro para a Superliga, competição com nível técnico bem mais elevado. Mas os bons resultados no torneio local e um possível título têm impacto positivo para a sequência da temporada. Moral para seguir evoluindo e encarar desafios maiores e adversários mais fortes.

Sonho adiado

E a Seleção Brasileira perdeu para Sérvia na final do Mundial feminino de voleibol e ficou com o vice. Uma pena o sonho do título inédito adiado mais uma vez - é a quarta ocasião que ficamos com a prata. Na decisão, ficou nítido que a juventude da equipe, que tinha nove jogadoras estreantes em Mundiais, pesou. E, obviamente, a qualidade das sérvias, que fizeram campanha irrepreensível e terminam a competição invictas e com apenas cinco sets perdidos. 

Apesar da frustração, o trabalho de renovação que vem sendo colocado em prática pelo treinador José Roberto Guimarães e comissão técnica brasileira é muito promissor. Em um ciclo olímpico mais curto, já que temos intervalo de apenas três anos entre Tóquio-2020 (ocorreu em 2021 por causa da pandemia de coronavírus) e Paris-2024, o Brasil está bastante competitivo. 

Grandes destaques, a central Carol e a ponteira Gabi Guimarães terminaram o Mundial com melhor bloqueio e a melhor recepção, respectivamente. Gabi ainda liderou o Brasil em pontuação, mesmo com atribuições defensivas. A campanha foi positiva. Em 12 partidas, somente duas derrotas - além da Sérvia, o time nacional perdeu para o Japão na primeira fase. A renovada seleção bateu equipes como China, Japão, Itália... Bons prognósticos para os próximos anos.

Segue aberta, mas...

Saindo das quadras para o gramado, a final da Copa do Brasil começou com um empate sem gols entre Corinthians e Flamengo. Muitas análises enfatizando o fato do Alvinegro ter segurado o time carioca e seguir "vivo" na decisão. Outro assunto dominante foi a atuação do VAR no lance que a bola toca na mão de Léo Pereira, zagueiro do Rubro-negro, na área. O entendimento praticamente unânime é de que foi pênalti.

Eu, porém, não vejo o 0 a 0 como bom resultado para o Corinthians. Avalio que o jogo em casa era fundamental para o time buscar jogar, fazer gol e levar uma vantagem, por mínima que fosse, para o Maracanã. O Alvinegro começou propondo, com marcação adiantada e forçando o Flamengo a quebrar a bola para sair jogando. Mas, na sequência, recuou e ficou com postura reativa, agredindo quase nada diante de uma torcida que estabeleceu recorde de público no estádio.

Concordo que está tudo indefinido, o placar friamente sugere isso - Cássio teve grande atuação (mais uma em finais) e a defesa se mostrou segura - mas optar em simplesmente atuar fechado, segurar uma equipe com ataque poderoso durante 180 minutos, jogando por uma bola é pouco para o tamanho do Corinthians e para apresentar em uma decisão de título. Restam 90 minutos e será que a aposta vai ser meramente buscar um contra-ataque letal ou amarrar e levar para os pênaltis?