Contexto Paulista

Desinformação afeta a gestão pública, mostra estudo da USP e FGV

16/10/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Em meio à disputa eleitoral que pode definir o futuro da democracia no Brasil, um material elaborado com a participação de pesquisadores da área de gestão de políticas públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP foi lançado para ajudar a identificar como a desinformação e as fakes news podem aparecer no processo de implementação e avaliação de políticas públicas. A publicação, que tem o título “Como a desinformação impacta políticas públicas”, conta com o trabalho de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e foi divulgada pelo Jornal da USP. O material busca “contribuir para que gestores e o público identifiquem riscos das fake news nas etapas de implementação e avaliação de políticas públicas”.

Manipulação da realidade

O lançamento fez parte da programação da Semana de Gestão de Políticas Públicas da EACH, realizada na última semana de setembro com a presença de representantes da academia, associações e do parlamento, durante o debate “Fake News, Democracia e Políticas Públicas”. Segundo os organizadores, o objetivo é criar um diálogo com gestores, pesquisadores e o público, considerando os desafios da gestão pública “em meio à manipulação da realidade”, especialmente na implementação de políticas públicas.

Exemplos pontuais

O estudo, que teve origem no Trabalho de Conclusão de Curso em Gestão de Políticas Públicas de Ergon Cugler de Moraes Silva na EACH USP, sistematiza em 23 categorias os mais de 4 mil materiais selecionados ao longo de um ano. Alguns exemplos: a falta de adesão às campanhas de vacinação infantil contra sarampo e poliomielite, após falas de autoridades que colocaram a ciência em dúvida durante a pandemia da covid-19; ou o prejuízo orçamentário no Estado diante do empenho de recursos públicos em medicações sem embasamento científico.

Quem é

Cugler é pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e mestrando em Administração Pública e Governo pela FGV. O autor destaca que a cartilha pode contribuir para que as etapas de desenho, implementação e avaliação de políticas públicas tenham no radar os riscos dos impactos de fake news.

Frase

“Além da disputa nas redes, a desinformação e as fake news têm nos custado vidas. A ameaça à democracia não passa longe, enquanto narrativas encomendadas e operadas por profissionais ganham vantagem com bots”, explica. “Em contraponto à barbárie da distopia da desinformação e de um Brasil paralelo com a mentira pautando políticas públicas, surge o desafio de resgatar a realidade e fazer da verdade um compromisso comum daqueles que defendem a democracia”.

Infanto-juvenil

A cartilha “Como as Fake News afetam nossas Vidas” trabalha a temática de combate às fake news em linguagem infanto-juvenil, buscando oferecer práticas de checagem crítica à desinformação para que adolescentes tenham condições de contrapor informações distorcidas em seu cotidiano. Além disso, pode ser utilizado em sala de aula para que os professores trabalhem o conteúdo com os alunos. A iniciativa foi liderada por quatro pesquisadores do Programa Unificado de Bolsas (PUB) da USP.

Futuro do país

“Pensar em instrumentos e materiais de orientação para o público infanto-juvenil no presente significa mitigar os problemas e os impactos que esse tipo de conteúdo terá futuramente, uma vez que são esses jovens que irão votar e constituir o nosso país”, diz Isabella Miranda, uma das coordenadoras da cartilha e graduanda em Gestão de Políticas Públicas (USP).

Empregos

O varejo paulista deve encerrar o último trimestre do ano com a geração de cerca de 47,5 mil postos de trabalho com carteira assinada, de acordo a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP), índice da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Se confirmados estes números, a criação de vagas será semelhante à registrada no mesmo período de 2021, quando o segmento gerou 47.472 empregos celetistas no Estado.

Breves paulistas

A Sakata Seed Sudamerica, multinacional de sementes de hortaliças e flores, tornou-se parceira do AgTech Garage, maior hub de inovação especializado no agronegócio. O hub tem sede em Piracicaba e conta com uma rede de mais de 80 empresas parceiras e 1 mil startups conectadas.

A divisão de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim no Brasil deverá investir até o fim do ano R$ 56,2 milhões em sua fábrica em Paulínia. Nos últimos dois anos, a planta já recebeu aportes de R$ 92,2 milhões.

A Flex anuncia que sua fábrica em Sorocaba foi admitida na rede Global Lighthouse (GLN) do Fórum Econômico Mundial, uma comunidade voltada à aplicação e integração de tecnologias da 4ª Revolução Industrial para maximizar a eficiência e competitividade em escala, transformar modelos de negócios e proteger o meio ambiente.

A ZF iniciou na fábrica de Limeira a produção de uma nova geração de módulos de controle de airbag para veículos leves, as chamadas ACUs.

A Gerdau anunciou o início das operações do novo lingotamento contínuo de blocos e tarugos da Usina de Pindamonhangaba. Investimento de R$ 700 milhões.

A Krominox, de São Caetano do Sul, deve investir R$ 25 milhões até o final de 2023.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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