Desde a infância que o menino Azarias já demonstrava afeição pelo trabalho, virtude essa herdada de seus pais.
Era ainda muito jovem quando passou a dedicar-se à compra e venda de muares. Provavelmente, face a profissão abraçada na sua juventude, quando a vida lhe despontava, embrenhou-se no sertão paulista, vindo até à nossa cidade, isto em 1884. Bauru era apenas um lugarejo que fazia parte do município de Lençóis. Azarias gostou, pois voltou várias vezes antes da sua vinda definitiva, o que aconteceu em 1888.
Aqui chegando, apossou-se de uma determinada área de terra, como o faziam os que, destemida e corajosamente enfrentavam a mata virgem, onde tudo estava para ser feito, inclusive a perigosa tarefa de afastamento dos ferozes índios caingangs ou coroados que aqui habitavam.
Ainda muito moço, o jovem Azarias Leite já pensava em casamento, pois, estava enamorado de sua prima Vicentina, filha do capitão João Batista de Araújo Leite, prestante cidadão que Bauru reverencia através da designação de uma de suas principais ruas.
Por influência do coronel Azarias Leite, dezenas de mineiros e fluminenses vieram aqui radicar-se, fundando e formando fazendas, contribuindo decisivamente para o progresso do lugar.
Azarias Leite muito trabalhou para que Bauru fosse elevada a categoria de Distrito de Paz, o mesmo acontecendo com a criação do município. Como reconhecimento a esse trabalho, seu tio e sogro, capitão João Batista de Araújo Leite foi eleito primeiro juiz de Paz, isto em 1894. Infelizmente, sua morte ocorreu no ano seguinte, na cidade de São Manoel, onde havia ido em busca de socorros médicos.
Nos primeiros anos do século e por várias legislaturas, o coronel Azarias Leite foi eleito vereador e por seus pares conduzido à presidência da Câmara Municipal. Na qualidade de mandatário máximo de nossa Casa de Leis e presidente da Junta Republicana, ele vinha trabalhando intensivamente pela criação da Comarca quando foi assassinado, por motivos políticos, no dia 19 de outubro de 1910.
Sua morte, que teve repercussão nacional, foi muito sentida pelo povo bauruense e da região. Precisou acontecer essa tragédia para que o presidente do Estado se convencesse da necessidade de uma sede de Comarca em Bauru, benefício esse concretizado apenas algumas semanas depois daquele bárbaro assassinato.