Limão não cura o coronavírus. Comer banana não reduz suas chances de contrair a Covid-19. Comer alho não o blinda das infecções. Cristiano Ronaldo e o Papa não testaram positivo. E Nostradamus não previu essa pandemia.
O boato na internet está a todo vapor. Enquanto muitos de nós podemos rir dessas histórias sem sentido, os efeitos da histeria em massa são sérios. Há alguns dias, um homem americano morreu após ingerir uma substância destinada a limpar aquário, pois havia lido que o produto era rico em cloroquina, medicamento que está sendo testado para combater a covid-19, mas sem qualquer comprovação científica até o momento.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
Essa alta disseminação de “fake news” preocupa a Organização Mundial da Saúde (OMS). O diretor-geral da entidade, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “não estamos apenas lutando contra uma epidemia; estamos lutando contra uma infodemia, ou seja, uma superabundância de informações – muitas, falsas – sobre o coronavírus”. Ele também alertou que “esse tipo de notícia se espalha com mais rapidez e facilidade do que o vírus e é igualmente perigoso”.
Mas por que a desinformação se espalha tanto assim?
Isso ocorre porque a ansiedade das pessoas as torna receptivas a tudo que é falado sobre o assunto. Elas nem percebem que várias mentiras começam do mesmo jeito: “um amigo que tem um tio em Wuhan disse que...” ou “um amigo filho de um funcionário do Centro de Controle de Doenças contou que...”.
Diante disso, qual é o remédio?
INFORMAÇÃO CONFIÁVEL
Entre os passos importantes para se proteger da infodemia, destacam-se: fique em casa; lave as mãos; não toque no seu rosto e não tire os olhos do seu jornal, seja no papel ou no digital.
Os veículos de comunicação possuem informações confiáveis e precisas. Aqui no Jornal da Cidade, por exemplo, tudo é levantado, confrontado e só depois publicado.
Na era pré-internet, as orientações eram selecionadas pelos jornalistas e fontes oficiais do governo. Agora, porém, com um simples toque é possível obter informações que podem ser confiáveis ou não. Nesse meio, existem pessoas inescrupulosas espalhando mentiras para obter ganhos econômicos ou ideológicos. O pior é que muitos que recebem as “fake news” as compartilham sem ao menos verificar a origem delas.
Então, vamos combinar?
Sempre que você estiver tentado a compartilhar algo “engraçado” ou “dramático” que acabou de aparecer no seu feed de mídia social sobre a Covid-19, não faça isso. Apenas diga não. Você se sentirá melhor e retardará a propagação de um meme pernicioso – que, afinal, é apenas outro tipo de vírus igual ao novo coronavírus ou pior do que ele.