
O Estádio Alfredo de Castilho, do Esporte Clube Noroeste, completou, na sexta-feira (5), 60 anos de inauguração. Uma história que começou na década de 40 do século passado, quando o coronel Américo Marinho Lutz, então diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), decidiu construir, nas antigas instalações do Norusca, que ficavam na rua Quintino Bocaiúva, um moderno complexo esportivo, com estádio para 10 mil pessoas, piscinas, ginásio de esportes, com quadra de basquete e vôlei.
No entanto, com sua saída da direção da ferrovia logo na sequência, toda aquela iniciativa ficou apenas no papel. Mas, com o seu retorno à chefia da NOB, isso já nos anos 1950, e sabedor de que Salvador Pacífico havia doado uma grande área localizada na Vila Pacífico para que o Noroeste lá edificasse o seu estádio, Lutz decidiu envidar os seus esforços para a sua ideia inicial, porém no novo local.
Conseguindo a verba necessária junto ao governo federal, iniciou a construção, porém pelo ginásio - o Panela de Pressão foi inaugurado e sediou competições dos Jogos Abertos do Interior, em 1956 - e as piscinas. Dedicou-se ao máximo para aquela realização e, quando as obras estavam adiantadas, ele novamente deixou a direção da Noroeste do Brasil, vindo a ocupar aquele cargo Ubaldo Medeiros, engenheiro de carreira da ferrovia, o qual deu continuidade à obra e a terminou, com a construção do estádio de futebol, em tempo recorde.
INAUGURAÇÃO
No dia 5 de junho de 1960, foram realizadas as solenidades de inauguração do novo estádio do Noroeste, na Vila Pacífico, que inicialmente recebeu a denominação de Ubaldo Medeiros, engenheiro que muito lutou para que a Rede Ferroviária Federal S.A. colaborasse na construção. Posteriormente, face à decisão do general Ramiro Gorreta Júnior, em meados de 1960, o estádio teve sua denominação trocada para Alfredo de Castilho (engenheiro que por vários anos também dirigiu a ferrovia), que tinha o seu nome no velho campo (destruído em 1958 por um incêndio), localizado na Quintino Bocaiúva.
Para coroar a festa, o Noroeste enfrentou o Palmeiras em amistoso, perante 20 mil torcedores. O Alviverde, na época chamado de Academia, com o seu time completo, foi derrotado pelo Noroeste por 3 a 2. Atuaram pelo Norusca: Julião (Navarro), Pedro, Geraldo e Gualberto, Romualdo, Gaspar (Pacheco), Oswaldinho, Maneca (Gomes), Zé Carlos, Leal e Gelson (Ismar). O Palmeiras perdeu com Waldir, Djalma Santos, Aldemar e Jorge. Zequinha e Clóvis. Julinho, Moacir (Cruz), Nardo (Walter Prado), Chinezinho e Romeiro (China).
Marcaram os gols do Noroeste, Zé Carlos (2), inclusive o primeiro gol anotado no estádio, e Oswaldinho, enquanto Nardo e China (impedido) assinalaram para o Palmeiras. João Etzel, que antes do jogo foi homenageado pelo Noroeste com um apito de ouro, foi o árbitro.
O Estádio Alfredo de Castilho inaugurou sua iluminação no dia 15 de novembro de 1966 em nova vitória sobre o Palmeiras, desta vez por 2 a 1.