Polícia

Em quatro meses, Polícia Civil de Bauru investiga 14 golpes do leilão

Larissa Bastos, Estágio Sob Supervisão
| Tempo de leitura: 2 min

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe 14! Este é o número de denúncias que a Polícia Civil recebeu sobre o golpe do leilão falso em Bauru somente nos últimos quatro meses. Por meio da Internet, os estelionatários anunciam veículos com preços abaixo dos praticados no mercado como "iscas" para atrair os compradores. Na ocorrência mais recente, registrada nesta semana, a vítima sofreu um prejuízo de mais de R$ 7,3 mil.

Leandro da Silva Lima mora em Itaquaquecetuba (SP) e viajou até Bauru para buscar uma Honda XRE 300, que comprou em um site de leilões online. Porém, quando chegou no endereço informado pelo leiloeiro, percebeu que se tratava de um pátio de veículos apreendidos e que a motocicleta adquirida não existia.

"Quando encontrei o anúncio, fiquei interessado, porque vi pelas fotos que a moto estava nova. Ainda dizia que viria com a documentação paga. Me cadastrei no site e mandei meu lance. Depois, me ligaram para falar que eu havia sido contemplado", conta a vítima.

MAIS VERACIDADE

Para passar mais veracidade, os criminosos informaram o endereço do pátio de veículos apreendidos, localizado no Jardim Jussara, em Bauru. "Pesquisei na Internet e apareceram fotos do local. Então, não pensei que fosse golpe".

Além disso, todo o procedimento foi feito por meio digital. "Disseram que o próprio leiloeiro faria a intermediação da compra, como um representante. Recebi o arquivo com os dados para realizar a transferência e, depois, enviei foto do comprovante de pagamento", lembra.

Apesar do contato ter sido feito na sexta-feira (12), ele veio até o município somente na manhã desta terça-feira (17). Foi quando chegou no local informado pelos criminosos e soube que fora enganado. "Além do valor da compra, também vou ter que arcar com o custo da viagem", lamenta.

INVESTIGAÇÕES

De acordo com o delegado coordenador do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Bauru, Eduardo Herrera dos Santos, são 14 golpes dessa modalidade nos últimos quatro meses. Ele relata que a investigação desses crimes é complexa porque, no geral, envolve várias localidades. "Nossa prioridade é minimizar o prejuízo da vítima. Mas é difícil, porque, muitas vezes, o valor é pulverizado rapidamente".

Ainda segundo Herrera, os golpistas conseguem atrair as vítimas com o preço dos veículos, que, geralmente, é menor que a média do mercado. "Esse fator costuma ser um indício de golpe", aponta.

Também é comum que os estelionatários forneçam endereços de terrenos vazios ou até de empresas que já existem para passar veracidade. "As pessoas não costumam conferir pessoalmente as informações fornecidas. Então, só percebem que foram enganados quando vão buscar o veículo", analisa. "Por isso, é importante verificar de todas as maneiras a existência física do local, antes do pagamento".

Outro fator é a relação de pressa empreendida pelos criminosos. "Em um leilão, a vítima acredita que está concorrendo com outros e eles exploram isso", analisa.

Assim, eles acabam convencendo a pessoa a realizar uma transferência bancária, algo mais rápido, ao invés de enviar um boleto, que é a forma de pagamento mais comum para empresas.

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