Wagner Teodoro

Datas no horizonte

28/06/2020 | Tempo de leitura: 4 min

A próxima temporada do basquete toma forma. Ainda timidamente, mas datas começam a ser definidas. NBB em novembro. Campeonato Paulista, provavelmente, em setembro. Com perspectiva de jogos no horizonte, as equipes passam a ter um "norte" e certamente as movimentações de mercado se acelerarão. Alguns já acertam renovações e a busca por reforços vai ganhar corpo. O Conselho de Administração da LNB também estabeleceu prazos para os times apresentarem a documentação financeira necessária para a participação no NBB. Ou seja, se têm garantias de caixa para disputar o Nacional.

Em um momento de retração econômica, eis um grande desafio. Dificilmente o campeonato terá o mesmo número de participantes, 16, da temporada passada. Outra determinação é a manutenção da permissão de até 4 estrangeiros por equipe. Parte dos atletas nacionais era contra, entendendo que o mercado estará em baixa e isso seria mais um complicador na briga por empregos. Talvez, pela atual conjuntura, o ideal fosse limite de 3 estrangeiros. Até porque na temporada 2019/20, com situação econômica bem mais favorável, a média de não brasileiros por equipe foi de 2,88.

A LNB também confirmou que haverá premiação dos melhores do NBB12, apesar da temporada, afetada pela pandemia de coronavírus, ter sido encerrada, de maneira sensata, prematuramente e sem um campeão. Nada mais justo do que premiar os destaques. Afinal, a fase classificatória foi jogada quase que completamente. O que me causou estranheza foi o anúncio de uma festa de láurea em julho. Repito, correto homenagear quem brilhou, mas uma festa para comemorar uma temporada que não acabou por um motivo gravíssimo de saúde pública? E em um momento no qual praticamente todos os dias morrem mais de mil brasileiros com Covid-19? Não sei se é momento para celebrações. Como diria Renato Russo, "festa estranha".

"Djocovid"

E falando em evento inoportuno, como classificar o Adria Tour, torneio amistoso de tênis organizado pelo número 1 do mundo, Novak Djokovic, na região dos Balcãs? Para espanto e reprovação generalizados, a disputa reuniu alguns tenistas de alto nível em quadras repletas de espectadores sem a menor preocupação com distanciamento social e medidas de segurança contra o coronavírus em Belgrado, na Sérvia. Além disso, foi regada a festas em boates lotadas com o mesmo descaso com a segurança. O óbvio saldo foi Djokovic e outros tenistas, além de famíliares, infectados. Fora prováveis muitos casos de Covid-19 entre quem foi assistir. Uma bomba biológica.

Depois de todo o estrago feito, Djoko se desculpou e afirmou que tinha as melhores intenções, que o motivo do torneio era filantrópico. Se a razão era nobre, a condução foi lamentável. É por atitudes assim que Djokovic, que tecnicamente joga em altíssimo nível, como Roger Federer e Rafael Nadal, não tem o mesmo prestígio do suíço e do espanhol. Um cara que é número 1 do planeta, inspira jogadores iniciantes ao redor do globo e é referência para todos que admiram tênis não ter a mínima noção de que forma opinião e cometer uma atitude irresponsável tão grave? Como se a Sérvia e a Croácia vivessem uma realidade paralela na pandemia.

Há pouco tempo, Nole também já havia se posicionado contra a obrigação de uma vacina para jogar o circuito, caso se produza uma imunização para o coronavírus. Onde fica a empatia e o respeito com os colegas de profissão? E várias de suas atitudes, tidas como displicentes, no cargo de presidente do Conselho de Jogadores da ATP são duramente criticadas pelos tenistas. Um gigante em seu ápice dentro das quadras. Fora delas, certa imaturidade.

Podcast JC/Arena JC

O JC estreia, neste domingo (28), seu serviço de podcast com cinco programas, entre eles, o esportivo Arena JC, cujo assunto na edição inicial é Noroeste. O convidado é Estevan Pegoraro, conselheiro, ex-presidente e um dos principais nomes do grupo que comanda o Alvirrubro, que fala, entre outros assuntos, sobre o atual momento de crise do clube, em função da pandemia de coronavírus, reitera que o Norusca defende o fim da temporada da Série A3 e comenta sobre a situação financeira, sugerindo que o Complexo Damião Garcia poderia ser adquirido pela Prefeitura de Bauru "em troca" da quitação das dívidas do Noroeste. O Arena JC pode ser acessado pelo site ou aplicativo do JCNET. Mais detalhes sobre o Podcast JC na página 11 desta edição.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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