Regional

Bariri: MP denuncia seguranças por agressão que resultou em morte

Lilian Grasiela e Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 2 min

Bariri - Três homens que trabalhavam como segurança em um clube de Bariri, durante festa de Carnaval realizada neste ano, foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por homicídio triplamente qualificado. Eles se envolveram em uma briga com o advogado Luís Henrique Marques, de 51 anos, depois que ele foi expulso do local. Na confusão, a vítima caiu. Ela sofreu traumatismo cranioencefálico e ficou nove dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Jaú, mas acabou não resistindo.

Segundo a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Nelson Aparecido Febraio Junior, o advogado se desentendeu com a ex-companheira durante a festa, no dia 23 de fevereiro, e acabou sendo imobilizado de forma bruta pelos três denunciados. Em seguida, Marques foi levado para fora do clube, onde foi agredido com "dezenas" de socos e chutes, "quase todos na região da cabeça". De acordo com o MP, ele não reagiu em virtude de seu estado de embriaguez. Um vídeo divulgado na época mostrou as agressões.

As imagens, gravadas por uma câmera de segurança posicionada em direção ao portão dos fundos do clube e cedidas ao JC pela Bariri Rádio Clube, mostram o advogado saindo do local junto com cinco seguranças. Na sequência, um dos homens o agride pelas costas. A vítima revida e começa a receber socos e chutes de três seguranças, enquanto os outros dois observam a ação. Ainda conforme o vídeo, depois de cerca de 15 segundos sendo agredido, Marques cai de costas, bate a cabeça no asfalto e fica desacordado.

O promotor alega na denúncia que os seguranças "somente interromperam as agressões quando a vítima, já inconsciente, caiu ao solo, momento em que, portanto, já tinham realizado todos os atos executórios necessários e suscetíveis para causar a morte". Caso a denúncia seja aceita nos termos propostos pelo MP - até o fechamento desta edição, a justiça não havia se manifestado - os três responderão por homicídio cometido por motivo fútil, com meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

DEFESA

A advogada dos seguranças, Daniela Aparecida Rodrigueiro, informou que, no inquérito relatado pela Polícia Civil, os seus clientes foram indiciados por lesão corporal seguida de morte pelo fato de o delegado não ter detectado, nas investigações, que eles tiveram a intenção de matar a vítima. "Eles levaram a comunicação do fato à delegacia logo depois dos acontecimentos", afirma.

"Imediatamente após a queda do advogado, são eles que socorrem, chamam a ambulância, eles vão junto para o hospital no Samu, eles prestam toda assistência. Ninguém que quer matar promove imediatamente o socorro. Isso é totalmente incompatível com a atitude de quem age com a intenção de matar".

Rodrigueiro também questiona a alegação do MP de que o advogado apresentava dezenas de lesões. "O laudo do exame de corpo de delito dá conta de uma lesão na cabeça, atrás, e duas lesões no rosto, que são características, no máximo, de dois golpes, mas que podem ser de um golpe só pela distância delas".

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