São 18.289 quilômetros que separam Bauru de Tóquio, Capital do Japão. E foi a partir de experiências vividas nos dois anos em que morou na terra do sol nascente que inspiraram a publicitária e escritora bauruense Michele Kataoka, 24 anos, a escrever seu primeiro romance solo, "(Des)encontros em Tóquio", que está sendo publicado pela Cartola Editora.
O ponto de partida da obra é uma garota brasileira que se vê diante de um futuro nublado, de pais que não a entendem e de um vazio no peito. Do dia para noite, ela decide pegar o primeiro avião para o Japão para ir morar com a irmã. Mas ela não esperava que essa decisão fosse mudar completamente sua vida.
Segundo a autora, o romance pode ser classificado como um drama psicológico que aborda um tema pouco discutido: o Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI). "A inspiração veio depois que eu assisti um dorama [novela asiática com até 20 capítulos] que mostrava esse tema. E decidi criar um personagem que tivesse múltiplas personalidades", explica Michele.
Além deste tema, o livro também trabalha assuntos como ansiedade e depressão, que ainda são vistos com muito preconceito por parte da sociedade. "Quem tem depressão não é ingrato, não está sendo dramático. E meu livro serve para fazer o leitor repensar sobre o sofrimento do outro".
A elaboração de "(Des)encontros em Tóquio" exigiu horas de pesquisa, entrevistas, além de orientação com psiquiatras e psicólogos, para que o TDI fosse abordado de maneira verossímil e responsável. "Houve muita pesquisa envolvida. Assisti vários filmes, relatos, li pesquisas e procurei por pessoas que já foram diagnosticadas com o transtorno em algum momento da vida. Descobri, por exemplo, que abusos na infância poderiam ser o principal fator dessa fragmentação, a criança criava uma nova personalidade para lidar com o trauma, desassociando assim aquele evento de si."
Apesar de ser seu primeiro livro solo, Michele Kataoka escreve desde os 10 anos, quando, na escola, começou a escrever roteiros de peças de teatro e suas redações tinham destaque. "Acredito que um bom livro pode tocar um coração", relata a autora, que em entre 2019 e 2020 venceu três concursos literários na categoria contos, promovidos por diferentes editoras brasileiras.
Serviço
Financiamento coletivo de "(Des)encontros em Tóquio, dee Michele Kataoka, sugere a colaboração inicial de R$15, com diversas recompensas, como a versão digital do livro, versão física, entre outros. O prazo final é 4 de setembro. Para apoiar, acesse www.catarse.me/toquio