
Qualquer profissional que trabalhe com paixão e dedicação, com certeza inspira outras pessoas. Ainda mais quando o exemplo vem de casa. É o caso do neurocirurgião Luiz Carlos Garcia Betting. Ele, que faleceu no último dia 1 aos 77 anos, foi um dos primeiros especialistas da área a atuar em Bauru. Deixou o legado de salvar vidas nas mãos dos quatro filhos, sendo três médicos e um veterinário.
Nascido em Avaí (SP), Luiz Carlos mudou-se para Bauru ainda pequeno e formou-se médico pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Depois, voltou para a Sem Limites e atuou como neurologista durante 46 anos, de 1971 até 2017, quando se aposentou. Nesse período, trabalhou no Hospital de Base (HB), Hospital Estadual (HE), no antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), Ambulatório Médico de Especialidades (AME), além do consultório próprio.
"Meu pai nunca falava não. Sempre que alguém ficava doente, ele acudia. Muitas vezes, parava o que estava fazendo para atender", conta Carlos Betting. Depois de anos atuando sozinho, compartilhou o ofício com outros colegas, como Régis Antônio Coelho, Laertel Fernandes Fassoni e Paulo Roberto Laronga.
"Ele sempre foi uma pessoa muito educada e gentil com todos. Prezava muito pelo bem-estar dos pacientes. Estava sempre disposto a ajudar. Cresci o ouvindo dizer que nós temos que tratar igualmente todas as pessoas", relembra Carlos.
Seu irmão Paulo Betting também destaca as várias vezes que o pai abriu mão de algum momento em família para socorrer alguém. "A recompensa dele nunca foi o dinheiro, mas sim o fato de aliviar a dor das pessoas. Ele só queria saber se o paciente estava bem", relata.
LEGADO
Luiz Carlos Betting, que é neurologista e também neurocirurgião, inspirou os quatro filhos a levarem a vida da mesma forma: salvando vidas. Luiz Eduardo, o mais velho, de 46 anos, optou pela neurologia por conta da influência do pai. "Segui suas orientações", diz. Já Carlos Betting, de 45 anos, escolheu a reumatologia. "Meu pai me aconselhou porque você precisa ver o ser humano como um todo. Problemas no sangue podem estar relacionados a qualquer órgão, então é preciso raciocinar muito", explica.
O terceiro filho, Paulo Betting, 43 anos, é cardiologista. "Continuo me espelhando nele, sempre me dedicando muito aos pacientes, atendendo com muito amor", destaca. Já o caçula, Marcos Betting, 42 anos, também salva vidas, mas de animais. Formou-se em veterinária e atua em Pederneiras.