Reflexão e Fé

Votar em quem?

Hugo Evandro Silveira Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril. E-mail: hugoevandro15@gmail.com

15/11/2020 | Tempo de leitura: 4 min

Quais as atitudes reprováveis ou aceitáveis em um candidato ou, como avaliar aquele que se dispõe a concorrer a um cargo público? A princípio, entendemos que um candidato que busca vantagens pessoais ou do seu grupo em particular em detrimento do interesse da coletividade já estaria descartado. Um fato que chama muito a atenção em tempos de campanha política, é a infinidade de postulantes ao pleito eleitoral que se aproximam das igrejas tentando transmitir uma imagem que não condiz com suas filosofias de vida. Um outro critério imbatível que deve nortear a nossa escolha é procurar saber do passado do candidato, se há práticas inescrupulosas, gananciosas e imorais, porque uma pessoa que é manchada por desonestidades, envolvida em corrupção, não tem a mínima condição de receber a confiança nas urnas. E mesmo aquele que já teve oportunidade e nada fez, que não trouxe benefícios à sociedade, ou que tratou o erário público com displicência, também não é merecedor de uma nova chance.

O voto é muito importante! Assim, deve ser confiado a alguém que seja imprescindivelmente honesto, hábil, capaz e atento as necessidades da população. Infelizmente, hoje em dia, um grande número de políticos estão envolvidos em denúncias de corrupção, mas também não há garantias de que os novos pretendentes serão competentes e íntegros. É impossível conhecer as intenções de um coração. O que cabe a cada cidadão é examinar ao máximo a condição dos candidatos, se são harmônicos aos princípios da verdade e aos ideais de trabalho, e em particular aos cristãos, rogar a Deus por sabedoria e que Ele coloque governantes éticos e morais para governarem as nossas cidades. Pensemos em um candidato sem histórico de atuação social, sem comprovação técnica e ética, ou ainda com rastro de conduta ilícita... tal pretendente é uma ameaça á sociedade. Mais do que nunca devemos botar "a barba de molho" e rogar aos céus em nosso favor memória política. A ausência de competência administrativa ou falta de comprovação técnica e de capacidade gestora fundamentada em uma boa plataforma de governo são fatores suficientes para impedir que alguém gere o patrimônio público. Discurso de boa vontade não resolve! Com isso queremos afirmar que decência e competência devem andar de mãos dadas na gestão da coisa pública. Portanto devemos procurar saber em detalhes quem são as pessoas que intencionamos votar, afinal muitos já se corrompem, fazem acordos, recebem valores sob interesses escusos antes mesmo de vencer o pleito.

Um ponto que queremos reforçar é que uma das ações mais importantes no processo de eleição é o votante pesquisar a capacitação do candidato para as competências do cargo que quer assumir. Hoje temos excelentes ferramentas na internet para conhecer os candidatos. Por exemplo, alguém que nunca administrou nada na vida, como irá gerir a receita de uma cidade como Bauru? Um cidadão que não conhece e nunca atuou nas carências sociais da cidade, como quer se tornar um parlamentar municipal? Gente assim tem tudo para dar errado. A questão não é se o candidato é pobre ou rico, como muitos imaturamente avaliam, mas o que deve nortear o nosso voto é a moral e a competência do candidato, sua ética, capacidade administrativa e de serviço, e que talvez nem seja um religioso, mas que seja um mobilizador, agregador, uma pessoa conhecedora da legislação, que tenha valores morais bem definidos, que seja um ficha limpa, honrado e que tenha histórico atuante na comunidade, com postura voltada para o bem comum, que seja democrático, que pense na coletividade, um amante da paz, da verdade, da justiça e do amor, equilibrado, trabalhador, respeitoso com todos e que seja um incentivador da educação. Até parece impossível encontrar esse indivíduo, mas há esperança e temos hoje, mais uma vez, a rica oportunidade de não se deixar sermos vencidos pela incompetência e corrupção.

Como igreja não nos envolvemos no jogo da política partidária, esse não é o nosso papel, mas por outro lado, sim, devemos instruir em favor do discernimento, e se tivermos candidatos éticos e competentes e ainda, com uma cosmovisão cristã, "será o melhor dos mundos". Todavia, mesmo desejando melhorias sociais em nossas cidades, ainda que lutando pelos direitos humanos de igualdade e justiça, não cremos em utopias, porque não há mágicas, nem ao menos um "salva-pátria". Todo governo humano é e será falho. Portanto que nesse dia de eleição, que Deus nos ilumine, pois só nEle podemos confiar por toda eternidade.

IGREJA BATISTA DO ESTORIL

58 anos atuando Soli Deo Gloria

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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