Quando trabalhei em uma Usina de Açúcar e Álcool vivenciei uma situação dignificante. Definimos colocar uma árvore de Natal no topo do mais alto chaminé de alvenaria. Solicitei a um encarregado determinar um colaborador para subir aquela edificação, visando fazer as amarrações para içar a árvore. Nem um voluntário quis abraçar a causa de imediato. Até que um deles se pronunciou: "Já que ninguém se prontificou, eu vou subir. Fico mais forte quando enfrento desafio. Vamos pra cima."
Uma sociedade consistente é feita de indivíduos exemplares como esse rapaz empreendedor. Outro exemplo: Henry John Kaiser (1882 - 1967), industrial estadunidense, alcançou a realização contínua. Um dos seus grandes feitos foi construir a complexa represa de Boulder City, Nevada, Estados Unidos, através de sua construtora. Após ter perdido a concorrência para a construção da represa Shasta, na Califórnia, ele transformou esse revés em outra oportunidade. Afirmou: "Já que não posso construir a barragem, poderei, pelo menos, fornecer-lhe o cimento. Com isso, criou uma das maiores fábricas de cimento da América do Norte. Durante a 2ª Guerra Mundial, os estaleiros Kaiser construíram, aproximadamente, um terço de todos os navios dos Estados Unidos. Detalhe: antes de começar a guerra a companhia Kaiser nunca havia construído um navio.
Kaiser começou trabalhar com 13 anos. Com 80 anos de idade, tinha como planos construir aviões supersônicos e dessalgar a água do mar por meio de raios solares.
A vida é uma série contínua de ameaças e oportunidades, esperando que façamos algo, visando com isso fazer com que utilizemos continuamente os nossos talentos.
Uma boa parte das pessoas não consegue o que deseja da vida.
Qual é o motivo? Geralmente, o desejo é fraco, sem força.
Não existe êxito sem um desejo intenso e nada resiste a uma vontade determinada. Nesse caso, o pior obstáculo é a acomodação imperceptível. Tem-se que considerar que todo organismo vivo, seja o ser humano, empresa ou o país geralmente respeita ciclos de vida, tais como nascimento, crescimento, maturidade, estagnação, declínio e morte. Nos tempos atuais, de pensamento acelerado, é possível encontrar indivíduo que para de se desenvolver nas possibilidades da vida, pula etapas e acelera o processo de declínio, antecipando a colocação do terninho de madeira. Em outras palavras, se não houver novos propósitos, o organismo começa morrer. A alma se alimenta de objetivos. Um desafio e uma motivação forte faz o impossível. Os americanos costumavam dizer que depois que o homem colocou os pés na lua, acabou-se o impossível. Percebo que o impossível vem-se acabando continuamente, conforme a comunidade evolui nas inteligências intelectual e moral de forma contínua.
Sempre é tempo de começar, desenvolver-se, amadurecer-se e recomeçar, num contínuo reciclar de vivências. O Brasil precisa muito de realizadores contínuos. Vamos pra cima.