Saúde

É preciso saber beber

Raphaela Ramos
| Tempo de leitura: 1 min

O consumo de bebida alcoólica é muito ligado a celebrações. Por isso, nas datas comemorativas, como Natal e Réveillon, alguns acabam exagerando. Mas, além da ressaca, o excesso de álcool pode aumentar o risco de acidentes, estimular a violência e, se virar hábito prolongado, favorece o desenvolvimento de diversas doenças.

Em tempos de Covid-19, o cuidado com o consumo exagerado de bebidas alcoólicas deve ser ainda maior. Alessandra Diehl, vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (Abead), lembra que no início da pandemia circulou uma fake news de que consumir álcool ajudaria a matar o coronavírus. Pelo contrário. Ela explica que a ingestão dessas bebidas pode trazer prejuízos à imunidade, tornando as pessoas mais suscetíveis a infecções.

"As pessoas que bebem mais têm mais processos inflamatórios e tendem a ter menos imunidade", explica a psiquiatra.

A biomédica Erica Siu, vice-presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), alerta para outro perigo na pandemia: ao beberem demais, as pessoas podem ter menos atenção às medidas de distanciamento e higiene.

"O álcool é um depressor do sistema nervoso central. Com poucas doses a pessoa sente relaxamento, euforia, diminui a coordenação motora e a tomada de decisões é dificultada. Com isso, ela pode acabar esquecendo de manter distanciamento, de colocar máscara ou lavar as mãos."

Estudos apontam para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas na pandemia, em diversos países, incluindo o Brasil. Uma pesquisa feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em 33 países e entre maio e junho apontou que 42% dos entrevistados do Brasil relataram alto consumo de álcool.

Erica Siu explica que muitas pessoas bebem como forma de enfrentar problemas associados ao período pandêmico, como angústia e ansiedade.

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