Wagner Teodoro

O ano dos recordes igualados

27/12/2020 | Tempo de leitura: 3 min

2020 será indelevelmente o ano da pandemia. Quando se fizer uma retrospectiva ou se referir a este período que fechou a segunda década deste século, a associação com as expressões coronavírus e Covid-19 será imediata. Vai ser um ano com a eterna fama de impiedoso. Um ano que no Esporte começou com a perda de um deus do basquete, Kobe Bryant, e terminou com a morte de duas lendas do futebol, Maradona e Paolo Rossi. Mas, esportivamente, 2020 também pode ser citado como o ano dos recordes igualados. E que merecem ser lembrados. Alguns deles eram aparentemente inatingíveis, caso das marcas de Michael Schumacher na Fórmula 1, que vêm sendo pulverizadas por Lewis Hamilton. Mas houve recordes muito antigos alcançados no basquete. E no tênis também.

O demolidor Hamilton talvez tenha conseguido o impensável. Quando Schumacher estabeleceu a marca de 91 vitórias na F1 era difícil acreditar que alguém algum dia lograsse chegar a tanto. Porém, o inglês fez o imponderável. Dominando temporada após temporada, foi justamente em 2020, com um calendário encurtado, intenso, autódromos diferentes, que a fera atingiu o ápice estatístico. Chegou e passou as 91 vitórias do alemão, estabelecendo o novo recorde, por enquanto, em 95 triunfos na categoria máxima do automobilismo. Sim, alguém duvida que ele vai ampliar? E mais, em 13 temporadas, contando a de seu primeiro título, faturou sete campeonatos e simplesmente igualou o hepta de Schumacher. Definitivamente, um 2020 histórico na categoria.

Nadal 20 Slams

Quem também conseguiu uma proeza absolutamente respeitável em 2020 foi Rafael Nadal. Com um calendário completamente alterado, o espanhol aproveitou sua impressionante supremacia em Roland Garros, disputado fora de época nesta temporada, e buscou seu 20º título de Grand Slam, alcançando ninguém menos do que Roger Federer. Para mim, independentemente de estatísticas, o suíço é o melhor tenista de todos os tempos.

Mas isso só aumenta o feito de Nadal, um cara que surgiu como um jogador de fundo, de força, de saibro, mas que refinou sua técnica e se aperfeiçoou a ponto de ser competitivo e perigoso em qualquer superfície. Continua sendo um monstro na terra batida, o "Rei do Saibro". De seus 20 Slams, 13 são em Roland Garros, mas tem um arsenal que é assustador para os adversários em qualquer torneio, além de uma atitude, um fator psicológico, que são inquebráveis.

Ninguém na frente

A maior rivalidade da NBA teve um capítulo importante em 2020. Não, não houve a principal final da liga norte-americana. Mas, de qualquer forma, ocorreu um embate. O Los Angeles Lakers campeão igualou o número de conquistas do Boston Celtics: 17. Desde 1962, as franquias não dividiam o posto de maiores campeãs. Na época, eram cinco títulos para cada lado. A partir dali, o time de Massachussetts abriu vantagem e não havia mais sido alcançado pelos californianos. Ou seja, um recorde que durava 57 anos. Momento do Lakers para lá de histórico.

A distância chegou a ser de oito conquistas. Mas, da temporada 1985/86 para cá, o Lakers ganhou oito campeonatos e o Celtics apenas dois. E, na soma geral, o time angelino chegou ao que em determinado momento parecia impossível. Lembrando que, entre as temporadas 1958/59 e 1968/69, o Boston ganhou simplesmente dez campeonatos, oito deles consecutivos. O Lakers também teve períodos de seca, mas foi mais consistente ao longo das décadas para poder falar em 2020 "não vejo ninguém na minha frente".

Quem também conseguiu um respeitável feito em 2020 foi o Franca Basquete, que igualou o recorde de 14 títulos paulistas do Corinthians. Em um ano no qual não era favorito, o time francano garantiu o tricampeonato estadual e empatou com o Alvinegro, que foi hegemônico em troféus durante décadas no Campeonato Paulista. Quando os francanos conquistaram sua primeira taça na competição, em 1973, o Corinthians já tinha 12 títulos. Mas o time da Capital vive jejum desde 1985, relegou uma modalidade tradicional no clube ao ostracismo por muitos anos e foi alcançado em sua marca que parecia distante para todas as equipes.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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