Geral

Pais de estudantes de Medicina da Uninove cobram ensino híbrido

Larissa Bastos
| Tempo de leitura: 3 min

Após saberem que as aulas neste ano serão todas remotas, pais de alunos do curso de Medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove) de Bauru cobram que a instituição aplique o ensino híbrido - formato em que as aulas online e presenciais são combinadas - para que os estudantes vivenciem, pelo menos, as atividades práticas. Eles argumentam que, além de existir respaldo legal para isso, outras universidades já retomaram as aulas parcialmente, inclusive na cidade. Questionada, a Uninove alegou que "98% dos estudantes do câmpus de Medicina de Bauru deram o aceite em suas matrículas, posto que prevaleceu a importância do enfrentamento à disseminação da Covid-19" (leia mais abaixo).

De acordo com uma das mães que pede o ensino híbrido, Elizângela Cristine de Bernardi, as aulas presenciais estão suspensas desde o início do ano passado na instituição. Porém, com o retorno parcial das atividades em outras unidades de ensino superior, os pais e os alunos esperavam que Uninove fizesse o mesmo.

"Só que eles fizeram a rematrícula sob a condição de que as aulas continuarão remotas em 2021. Não entendemos como outras faculdades conseguem ajustar os métodos para que eles estudem em segurança e a Uninove não consegue. Mesmo com todo o respaldo da mensalidade alta que pagamos, que dá suporte para mudanças", critica Elizângela, ressaltando que, caso não assinem o contrato, os alunos perdem a vaga no curso.

Diante dessas questões, Elizângela e outros pais de alunos se uniram para cobrar um posicionamento da universidade sobre a instituição não seguir a permissão estadual - que autoriza o retorno integral dos cursos da área de saúde desde dezembro de 2020 - e de não aplicar o estudo híbrido, como outras instituições têm feito. Porém, eles alegam que não tiveram sucesso. "Queremos que eles abram o diálogo e nos deem uma resposta sobre essas questões, começando pelo atendimento precário. É muito angustiante não saber se nossos filhos terão a formação adequada. Nós entendemos que é um assunto delicado, então, por isso, pedimos que o retorno seja feito gradualmente", complementa a representante.

PREOCUPAÇÃO

O que mais preocupa os pais, segundo Elizângela, é que os alunos podem acabar prejudicados no momento de realizar a residência, após o término da faculdade, pela falta de experiência. "Neste semestre, está previsto que meu filho terá aulas sobre prática cirúrgica. Como ele vai aprender isso online?", questiona, apontando, ainda, que a instituição também não esclareceu como serão repostas as aulas práticas que não foram aplicadas no ano passado.

Uma outra questão levantada pela mãe é em relação aos estágios, que estão previstos para serem realizados neste ano, inclusive, pelo filho dela. Ela alega que a Uninove também não elucidou como tratará a questão.

O governo estadual, por meio da Famesp, informa que o convênio com a Uninove está mantido e que as atividades poderão ser realizadas no Hospital de Base e no Hospital Estadual, ambos em Bauru, seguindo as recomendações sanitárias de prevenção ao coronavírus. Já a Prefeitura de Bauru afirma que "o campo de estágio está liberado desde dezembro de 2020" e que "a universidade já fez os pedidos, faltando apenas a formalização documental, que ainda está no prazo, porque o início dos estágios na Uninove está previsto para meados de fevereiro".

Comentários

Comentários