Kleber Santos

Turismo de vacinas vai pegar?


| Tempo de leitura: 3 min

Pacotes de viagens turísticas incluindo passagem aérea, estadia, café da manhã e “uma dose de vacina contra o coronavírus”. Essa ação de marketing é a nova onda no mercado turístico internacional. É o chamado “turismo de vacinas”. Ele já decolou, mas será que pega? O movimento é observado há várias semanas nos Estados Unidos.

A ação controversa – alvo de muitas discussões éticas e críticas – vem criando uma oportunidade para estrangeiros ricos que estão indo para os Estados Unidos para serem vacinados. Na Flórida, a vacina é oferecida gratuita e incondicionalmente a todas as pessoas com mais de 65 anos de idade.

Brasileiros aproveitam

Diversos meios de comunicação americanos, como o canal local NBC South Florida, têm noticiado sobre turistas brasileiros, canadenses e argentinos nas filas dos postos de vacinação, principalmente os da rede “Publix Super Markets”, que firmou parceria com o Estado.

“Também estamos recebendo consultas de clientes de diversos pontos do mundo prontos para voar para a Flórida e voltar para casa no mesmo dia, se eles tiverem a vacina garantida”, disse o vice-presidente de uma empresa de jatos particulares com sede em Toronto, Canadá.

De acordo com o diário britânico The Guardian, quase 50 mil doses foram injetadas em turistas ou proprietários de casas com mais de 65 anos na Flórida. Esse número levou o governador republicano Ron DeSantis e o prefeito de Miami, Francis Suarez, a exigir controles mais rígidos. Desde o último dia 21 de janeiro, é necessário fornecer uma carteira de identidade ou faturas que justifiquem pelo menos três meses de frequência anual na Flórida para se registrar em um centro para vacinação.

Estados Unidos e Rússia

Em nível internacional, esse conceito de “turismo de vacinas” – que pode ser semelhante ao que já existe para implantes mamários ou capilares – foi criado pela agência Gem Tours & Travels. Ela chegou a anunciar viagens de Mumbai (Índia) a Nova York com 4 diárias pela quantia de 2 mil dólares. Há também pacotes para a Rússia. Existe a possibilidade de ficar no destino de 3 a 12 semanas para receber a segunda dose, explica o jornal indiano The Print.

Pacote luxuoso nos Emirados Árabes

No Reino Unido, o serviço de concierge de luxo “Knightsbridge Circle” garante que já fechou uma parceria com os Emirados Árabes Unidos para que seus membros possam partir – a maioria deles em jato particular – para receber a vacina chinesa Sinopharm, administrada desde 31 de janeiro no Golfo.

Cuba também promete vacinar os turistas

Cuba já fez da vacina uma nova atração turística. Em comercial transmitido pela televisão venezuelana TeleSUR TV, o diretor do Instituto Finlay de Havana, Vincente Vérez, convida estrangeiros a programar uma viagem “a partir de março” para combinar negócios, lazer e tomar a vacina contra a Covid na Ilha caribenha.

As autoridades cubanas já planejam produzir “100 milhões de doses” da vacina Soberana 2, uma das quatro vacinas atualmente em testes avançados em Cuba. Isso é suficiente para vacinar todos os 11,3 milhões de habitantes da ilha e destinar muitas doses para os turistas.

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