Coluna Animal

Método CED: captura, esterilização e devolução de gatos de vida livre

27/02/2021 | Tempo de leitura: 3 min

A Coluna Animal dessa semana, em homenagem ao Dia do Gato, comemorado em 17 de fevereiro, vai explanar sobre um método de controle ético da população felina, o CED, que significada captura, esterilização e devolução. A irresponsabilidade de alguns tutores que abandonam os pets nas ruas e a falta de castração faz com que centenas de gatos formem grandes comunidades nas cidades.

Esse método surgiu na década de 1960, na Inglaterra, com o intuito de controlar a população de gatos que vivia na rua e que a cada dia aumentava em larga escala devido ao ciclo reprodutivo dos felinos e a oferta de alimentos e de lixo urbano nas cidades. A captura consiste em resgatar o gato que vive em colônias, em bueiros e levá-lo para esterilização feita por um médico veterinário. E como muitos desses gatos são considerados ferais ou ariscos, ou seja, de difícil inserção social, que não consegue viver com pessoas, muitos animais, após a castração, são devolvidos ao local de origem. Além da castração, o método CED também monitora os felinos e oferece vacinação.

Dependendo dos olhos de quem vê, devolver um animal para a comunidade em que ele vive pode parecer estranho, já que o ideal seria que todos os animais vivessem em um lar. No entanto, não há lar para todos e nem todos os gatos ferais se adaptam a um lar, já que muitos estão há anos vivendo em grupos com outros gatos. Como os felinos se reproduzem em demasia, rapidamente, e é o ser humano responsável por domesticar os animais, cabe a nós fazer o controle da população de animais, uma vez que a população estando descontrolada, impacta outros animais e o meio ambiente também. Felinos, por sua própria natureza, são caçadores, e se não houver o controle ético de sua população, acabam por exterminar outros animais, causando grande descompensação no meio ambiente.

Fazendo o controle ético da superpopulação de felinos, consequentemente, também diminuem os casos de maus-tratos contra os gatos, que são vítimas das maldades humanas, atropelamentos, envenenamentos e todo tipo de crueldade. As zoonoses (doenças transmitidas pelos animais aos seres humanos) também diminuem com o método CED. Lembrando que crimes cometidos contra cães e gatos tiveram sua pena aumentada pela Lei Sanção 1406/20, que prevê reclusão e a impossibilidade de o agressor ter novos animais.

O método CED utiliza uma marca para identificar os animais já castrados, para evitar que sejam capturados novamente e passem por anestesia. A marca do animal castrado é feita por um pequeno corte na ponta da orelha esquerda, método mais indicado, uma vez que é possível enxergá-lo a distância. Esse corte é feito durante a castração, utilizando-se anestesia geral, de forma que o animal não sinta nem a dor do corte, nem qualquer dor na cirurgia de castração. O projeto Castramor, de castração de gatos em Bauru, citado na matéria anterior da coluna, já utiliza essa marcação.

Seja você também um colaborador dessa causa tão nobre: mantenha seus felinos castrados, sempre que possível adote um animalzinho e incentive a adoção dos pets, castre, faça a marcação. Se você não pode adotar, colabore com algum projeto ou protetor de animais. Nós todos somos responsáveis pelo controle ético dos animais. Cabe a nós mantermos uma relação harmônica com eles, ou seja, seres humanos, animais e meio ambiente.

Thaís Boonen Viotto Ferreira

Presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal de Bauru (COMUPDA) e da Comissao de Proteção e Defesa Animal da OAB Bauru (CPDA OAB Bauru)

Email: comupda@gmail.com

Facebook: www.facebook.com/comupda.bauru

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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