Wagner Teodoro

O meu G6 para o Brasileirão

30/05/2021 | Tempo de leitura: 4 min

O Campeonato Brasileiro deu largada para a maratona de 380 jogos nas 38 rodadas que vão apontar o campeão nacional. A competição começa com ares de mais equilibrada das edições recentes. Na temporada, juntam-se a Palmeiras e Flamengo, já "antigos" favoritos, mais quatro equipes com reais chances de levantarem o caneco no final do ano. São Paulo, Atlético-MG e a dupla gaúcha Grêmio e Internacional chegam fortes e com elencos capazes de brigar até o fim. Eis o meu G6. Agora, a ordem de classificação é imponderável. Lembrando que fatores externos, como avalanche de partidas, desfalques por convocações - 2021 tem Eliminatórias, Copa América e Olimpíadas -, baixas por Covid-19 e, eventualmente, a necessidade de equilibrar o caixa com negociações vão impactar diretamente nos participantes.

O São Paulo trouxe um técnico, Hernán Crespo, que em pouco tempo de trabalho deu consistência ao time sem abrir mão da ofensividade e que também impôs uma mentalidade vencedora rapidamente absorvida pelo grupo. Além disso, buscou formar dois elencos para suportar a maratona de jogos, adquirindo peças de composição e, principalmente, qualificação ao que já tinha. Fortaleceu-se tática, técnica e psicologicamente. É um time que compete e entra realmente para disputar o título.

O Palmeiras se manteve forte, um dos dois elencos mais poderosos do Brasil - o outro é o Flamengo. E ainda vai ganhar um senhor reforço com o retorno de Dudu, um cara acima da média do que temos jogando no País. O atacante, além de tudo, é identificado com o clube, querido pela torcida e vai voltar para ser decisivo em um ataque que tem nomes como Rony, Luiz Adriano, Willian… O time é forte em todos os setores. Segue favoritíssimo.

Também favoritos

Ancorado no aporte milionário de seus investidores, o Atlético-MG entra cotado para, finalmente, quebrar o jejum que já vai para 50 anos sem título brasileiro. Com Cuca no comando, um treinador que deu as maiores glórias alvinegras à torcida, e um elenco vasto e de qualidade, o time mineiro promete brigar até o fim pela taça. Nomes como Hulk, Keno, Vargas, Savarino, Igor Rabello, Réver, Junior Alonso, Guilherme Arana, Guga, Zaracho e Nacho Fernández não são para serem subestimados. O time fez a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores e tem potencial para promover estrago nos adversários. O Flamengo segue poderoso. Manteve sua base e chega indubitavelmente para brigar pelo título. Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique e companheiros de equipe ainda são o time a ser batido. No ano passado mostraram que, se alguém vacilar, não perdoam.

A dupla gaúcha se reforçou com jogadores de Seleção Brasileira e com grande identificação com suas cores. Taison no Internacional e Douglas Costa no Grêmio. Os times já eram fortes e assim seguem. Gosto muito do trabalho de Tiago Nunes e penso que, ao contrário de Renato Gaúcho, seu antecessor no cargo, não relegará o Brasileirão a um segundo plano. Até porque o Grêmio já não disputa a Libertadores e deve priorizar o Nacional em relação à Sul-Americana. No Inter, o treinador Miguel Ángel Ramírez, ao seu estilo, ensaia uma equipe extremamente ofensiva e tem jogadores de boa qualidade para sustentar sua proposta de jogo. Também promessa de competitividade.

Dependem dos comandantes

Já a situação de Santos e Corinthians é bem diferente. Sem grandes reforços e sem perspectivas de contratações que cheguem com status de titulares absolutos, os clubes vão depender bastante do desempenho e capacidade de seus técnicos. O Santos aposta em Fernando Diniz para trabalhar com um elenco montado em cima das categorias de base, com algumas peças mais experientes. O maior reforço será o retorno de Carlos Sánchez, em fase final de recuperação de cirurgia no joelho esquerdo, se o uruguaio renovar seu contrato e ficar na Vila. Resta saber se o Santos vai ter o Diniz que levou o São Paulo à liderança do Brasileirão no ano passado ou o Diniz que foi eliminado pelo Mirassol no Paulistão. Certo é que terá o Diniz aferrado a seus ideais de futebol. Se vai funcionar... No Corinthians, a aposta é em Sylvinho, identificado com o clube, mas inexperiente. É um grande desafio, além do mais, pela falta de dinheiro para se reforçar. O time é limitado e a pressão, grande. O treinador vai ter que lidar com tudo isso. Está pronto?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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