Wagner Teodoro

Surpresas e confirmações

11/07/2021 | Tempo de leitura: 3 min

Entramos na 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, praticamente um terço da competição, e os grandes paulistas vêm protagonizando algumas confirmações e outras surpresas até o momento. Ressalto que um recorte desta parte inicial do Nacional pouco pode ter de relevante para o desfecho. Basta lembrar que o Vasco foi líder logo no começo da temporada passada e, atualmente, disputa a Série B. Mas ficam as impressões e constatações em relação às expectativas anteriores à largada para as 380 partidas. As primeiras dez rodadas dão uma dimensão das ambições e objetivos que marcarão as campanhas.

Se o Vasco vacilou e de líder foi a rebaixado, o caso não é certamente exemplo que se aplique ao atual primeiro colocado do Brasileirão, Palmeiras. Um dos elencos mais poderosos, o Alviverde consegue dosar a carga física de seus jogadores com revezamento, lidou bem com os desfalques por causa da Copa América e manteve rendimento acima da média. Vai se dividir entre o torneio continental e o nacional, pode peder algum jogador pontualmente para o Exterior, mas não vai sofrer um desmanche. Além disso, se tornará mais forte quando Dudu voltar a jogar e repatriou Matheus Fernandes, um jogador útil para um meio-campo já qualificado. É uma confirmação de favorito.

Quem também confirma as expectativas é o Corinthians. Sylvinho chegou e o time ganhou uma identidade muito conhecida pelos torcedores. Defesa segura. Por outro lado, o efeito colateral também conhecido. Ataque econômico. É nítido que falta ao Corinthians jogadores capazes de dar maior criatividade ofensiva, meias que articulem as jogadas. O time é extremamente dependente de Fagner e Gustavo Mosquito, com Jô decidindo em jogos recentes. Se não qualificar o meio-campo, apenas o ferrolho não será suficiente para brigar por algo maior. A possibilidade de queda, que assombrou a torcida, é remota - algumas equipes que estão no Z4 dão pinta que lá permanecerão. O Corinthians vai confirmando, até o momento, que deve ser um time de meio de tabela. E a Copa Sul-Americana pode ser a zona de classificação no final do certame.

Surpresa… negativa

O São Paulo entrou com moral no Brasileirão. Título paulista, bom momento técnico, jogando um futebol vistoso e competitivo nas mãos do treinador Hernán Crespo. Mas aí vieram a sequência alucinante de jogos e a sequência devastadora de lesões. Eu não acredito em fator psicológico ou mesmo clima ruim, eu penso que a segunda unidade do elenco, quando acionada, simplesmente não conseguiu dar a resposta e manter um nível competitivo próximo dos titulares. O certo é que ter a primeira vitória apenas na 10ª rodada compromete completamente qualquer pretensão de título, até porque não acredito em tantos tropeços de quem está no alto da tabela. Um começo tão ruim surpreendeu.

Mas também não creio que o São Paulo fique na parte de baixo da classificação. O time deve fazer um campeonato de recuperação. De jogadores lesionados, se dividindo entre Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão. Em algum momento, os torneios de mata-mata devem virar prioridade. E no Nacional, se tiver gás e condições físicas, se contar com sua defesa ideal, quem sabe brigar por faixa de Libertadores. O clube ainda busca um centroavante para dividir as responsabilidades com Luciano, que joga muito, mas tem histórico de lesões. Jonathan Calleri era o nome preferido, mas a negociação é cara. Matheus Peixoto, do Juventude, surge como possibilidade.

Surpresa… positiva

O Santos, de Fernando Diniz, vai perdendo jogadores e se mantendo na briga, fazendo um início de campeonato positivo. Pelas baixas, elenco enxuto e em boa parte inexperiente, além de alguns jogadores extremamente contestados pela torcida, e pelo estilo de jogo proposto pelo treinador, para mim, uma surpresa positiva. Se o Santos não encanta, permanece muito forte na Vila. Penso que ambição seja brigar por Libertadores, em um ano que algumas equipes parecem chegar bem encorpadas. Serão "cavalos paraguaios" que perderão as forças ao longo da carreira? Fortaleza, Red Bull Bragantino, Athletico… O Santos inicia a rodada na boca do G6, mas tem que olhar para cima e para baixo ao mesmo tempo, porque tem muita gente que deve crescer na próxima "perna" da competição. Inclusive o Flamengo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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