Um recurso que pode representar a diferença na qualidade de vida de pacientes que possuam doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), o Programa Municipal de Oxigenoterapia Domiciliar Prolongada de Bauru é pouco conhecido, embora atenda, gratuitamente, mais de 100 pessoas durante o ano. Atualmente, 104 pessoas são atendidas na rede pública de saúde.
Pelo programa, após a indicação médica, o paciente ou um familiar deve procurar a Secretaria de Saúde, apresentar os exames indicados e documentação pessoal. Um médico auditor avalia a indicação de inclusão no programa e uma visita domiciliar aponta se a residência do paciente tem as condições mínimas para receber os equipamentos.
Havendo as condições, é feito um contrato de comodato dos equipamentos em nome do responsável, com as empresas conveniadas com a prefeitura. A instalação é feita diretamente pela empresa, que também emite relatórios mensais sobre a manutenção dos equipamentos. São disponibilizados concentradores e cilindros de oxigênio.
O acompanhamento do paciente é semestral, por meio de avaliações clínicas e laboratoriais, de acordo com a orientação médica.
Segundo o Programa Municipal de Oxigenoterapia de Bauru, entre os principais objetivos está a redução de internações hospitalares e promover o aumento de sobrevida e melhorar da qualidade de vida dos pacientes. Estudos apontados pelo programa, mostram que após cinco anos, a sobrevida dos pacientes que receberam oxigenação domiciliar prolongada foi de 62% enquanto os que não receberam o tratamento foi de apenas 16%. Entre os benefícios, além da queda nas internações, estão aumento da tolerância a exercícios e melhora do estado psicológico do paciente.
A capacidade de atendimento do programa de Bauru é de 131 pessoas por ano e a inclusão está relacionada ao valor do contrato com as empresas fornecedoras, que segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, hoje é de R$ 181.325,88 (anual), com média mensal de R$ 15.110,49.
O número de pacientes atendidos tem grande oscilação, também de acordo com a prefeitura, influenciada pelas altas médicas e óbitos dos pacientes. Também a média de tempo de tratamento tem grande variação, já que alguns pacientes permanecem poucos meses no programa, enquanto outros passam quase toda a vida com a necessidade do atendimento.
Segundo dados da secretaria, em 2021, em função da pandemia, o aumento na inclusão foi expressivo.
Enquanto em 2020 foram incluídos 11 pacientes com Covid-19 no programa, este ano foram 20, até junho.
Em 2019, foram incluídos 161 pacientes; em 2020, 182 casos, e em 2021, 157 no primeiro semestre. A média de inclusão subiu de 13, para 15 e 22,5 nos três anos, respectivamente.
Podem ser excluídos do programa, pacientes com alta médica, que mantenham o tabagismo, que mude de residência para fora de Bauru ou que descumprirem as cláusulas do contrato de locação dos equipamentos junto à Secretaria Municipal de Saúde.