Regional

Represa entre Agudos e Macatuba é esvaziada para fazer manutenção

Lilian Grasiela
| Tempo de leitura: 2 min

Agudos - O "sumiço" da água de uma represa localizada no limite entre Agudos (13 quilômetros de Bauru) e Macatuba, num curto período de tempo, chamou a atenção de ciclistas que fazem trilhas na região. Segundo eles, o local, conhecido como "Lagoa dos Patos", secou completamente de maio deste ano para cá. Em nota, a Zilor Energia e Alimentos, que é a proprietária da represa, afirma que ela foi esvaziada para manutenção e que sua recuperação depende de fatores climáticos.

Newton Rodrigues Felão Junior, integrante do grupo M.M.Bikers de Agudos, conta que, durante uma trilha realizada no último sábado (23), ele e seus colegas se depararam com a represa vazia. "Quando chegamos à lagoa, o choque foi muito grande a ponto de quase chorarmos", declara. De acordo com ele, a paisagem no local estava bem diferente da registrada pelo grupo, por meio de fotos, em maio deste ano.

"Ela simplesmente secou. Ao longo de várias décadas, já tivemos várias estiagens muito piores do que as de 2021. Não é possível que a lagoa tenha secado somente por essa estiagem. No dia 1 de maio deste ano, a Lagoa dos Patos estava normal, com praticamente todo seu volume de água. Ela era exuberante". Imagens enviadas pelo grupo ao JC mostram a mudança no cenário no intervalo de quase seis meses.

O ciclista aventou a possibilidade de a água da represa ter sido utilizada por alguma empresa e se mostrou preocupado com eventuais danos ambientais decorrentes desse esvaziamento do local. "A lagoa era moradia de peixes (chegou a ter tucunaré, traíra), onça parda, veado, tamanduá-mirim e bandeira, cateto, raposa, lobo-guará, capivara, garças e os próprios patos selvagens, que deram nome à lagoa", revela.

MANUTENÇÃO

Em nota, a Zilor disse que a Lagoa dos Patos é de sua exclusiva propriedade, destinada ao abastecimento industrial da empresa, e que ela "está passando por manutenção no dispositivo do descarregador de fundo da represa, para qual é necessário o rebaixamento do nível das águas". Segundo a Zilor, trata-se de uma barragem artificial, sem atividade de lazer licenciada, sendo proibido acesso de pessoas não autorizadas ao local para a prática de qualquer atividade.

A empresa ressalta que a represa possui as outorgas ambientais necessárias e alega que esse procedimento (de esvaziamento) é essencial à regular manutenção da segurança do local. "A manutenção só pode ser realizada com o nível baixo das águas, por questões de qualidade dos serviços e segurança dos profissionais que atuarão na manutenção do descarregador de fundo", diz.

Também por meio de nota, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) esclareceu que a Lagoa dos Patos está situada em área particular, em nome da Açucareira Quatá S/A (Usina São José), "que atualmente realiza o rebaixamento do nível da água para manutenção do dispositivo do descarregador de fundo". "O usuário tem outorga do DAEE para uso do barramento, bem como para a captação, conforme Portaria DAEE nº 4706, de 30 de agosto de 2019, válida por 14 anos", explicou.

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