José Milagre

O futuro dos criptoativos e do dinheiro em 2022

02/01/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Na semana passada, falamos sobre o boom das NFTs, os chamados tokens não fungíveis, que passam a integrar metaversos como The SandBox e Descentraland, além de servirem como "fan tokens" de times de futebol. Por outro lado, além dos tokens que não podem ser substituídos por outros, as transações em criptomoedas prometem avançar em 2022, apesar dos inúmeros percalços ocorridos em 2021 e as tentativas dos mercados tradicionais em burocratizarem ou tornarem ilegal algumas atividades relacionadas.

Bitcoin e Ether

Não se pode atribuir a alta volatilidade das moedas a apenas um ou outro fator. Muitos cenários podem influenciar, inclusive o político/eleitoral. O temor acerca da ômicron também pode contribuir para grandes oscilações, assim como comentários e movimentos de grandes gigantes do cenário de tecnologia.

Cenário regulatório

No que diz respeito ao cenário regulatório, 2021 foi marcado pela ofensiva do governo chinês contra as criptomoedas, com memorando que objetivou reprimir atividades de negociação e mineração de bitcoin. Em contrapartida, El Salvador deu um passo importante no cenário regulatório mundial, reconhecendo o bitcoin como sua moeda oficial. Destaca-se também o início do processo de regulação de produtos financeiros ligados a criptomoedas, como as ETFs de bitcoin e ethereum, aprovadas no Canadá e Brasil. No Brasil, o Projeto de Lei 2303/15, que trata do assunto irá para o Senado e em 2022 poderemos ter a "Lei de Criptomoedas".

Novo ethereum

A plataforma da criptomoeda ethereum está preparada para uma nova atualização com foco em redução energética, denominada Ethereum Improvement Protocol 1559, EIP-1559 ou, popularmente, de "London hard fork". A mudança também objetiva taxas de transação mais claras. Com a mudança, espera-se que não se exija mais de equipamentos caros e potentes para mineração, o que poderá acabar com os chamados "rings". Especula-se que a mudança reduza o poder de computação exigido em até 99%, o que poderá fomentar novas plataformas e serviços.

Fim da mineração em 2022

Foi adiado, no entanto, pela segunda vez, a atualização que visa acabar com o processo atual de mineração de criptomoedas ETH. Assim, mineradores ainda podem continuar faturando sobre a atividade "proof of work", para verificação das transações no bloco, no modelo atual, como no Bitcoin (BTC), modelo este criticado pelo "consumo de energia". Na nova versão, o modelo cede espaço para o chamado "proof of stake", onde a validação não ocorre ou é feita com quem aplica poder computacional à rede, mas com aqueles que "armazenam" muitas unidades de Ethereum na carteira. A expectativa é que o ethereum 2.0 se unifique neste ano, no denominado evento "the merge".

2022 não será o ano do bitcoin?

Segundo o CoinTelegraph, 2022 é das altcoins, que podem subir muito mais que o BTC. Além disso, o ethereum continua ganhando terreno. Conforme estudo da Mercurius Crypto, ecossistemas que tem crescido são os da Solana (SOL), Polkadot (DOT) e Avalanche (AVAX). Além disso, tokens ligados a metaversos também estão na lista dos promissores, a exemplo, o VOXEL, criptomoeda de metaverso que estreou na Binance e subiu 1000% em 5 minutos.

Cenário futuro

Mais regulamentação! No radar estão as pressões regulatórias para o segmento de finanças descentralizadas (DEFI). Nos Estados Unidos, autoridades já emitem sinais de interesse em regulação das Stablecoins. Especula-se que não se trata de "Se" alguma nação do G8 irá regulamentar as criptomoedas, mas "quando". Vamos ouvir falar também dos tokens de crédito de carbono, onde se investe lastreado em crédito usado para compensação do efeito estufa.

Criptomoedas que mais valorizaram em 2021?

Dentre as criptomoedas que mais valorizaram em 2021 temos a SAND, ligada a metaverso, valorizando 19.300%, AXS, também ligada a metaverso, com 17.700% de valorização, LUNA, ligada a pagamentos, com 10.000% em 2021, Solana, com 8065%, dentre outras. Não podemos deixar de citar a Dogecoin, com valorização de 13.300% em 2021. Do mesmo modo, como sempre comentamos aqui, a queda pode ser do dia para a noite!

E você?

O número de investidores cresceu muito no Brasil, alcançando alta de 938% em 2021, segundo dados da B3 e CVM. Ao que parece, 2022 será o ano da diversificação. E você? Já investe em cripto? Formou sua carteira? Tem dúvidas ou opinião? Envie para nós: consultor@josemilagre.com.br

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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