Wagner Teodoro

O trio a ser batido

16/01/2022 | Tempo de leitura: 4 min

O início da temporada 2022 do futebol brasileiro se aproxima e o quadro recente permanece inalterado no que concerne a favoritos aos títulos mais importantes do ano. O trio a ser batido é Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. Os três seguem fortes e, a princípio, pelo menos um degrau acima dos adversários.
Para destacar um pouco do domínio do trio basta lembrar que nas últimas quatro temporadas são quatro títulos brasileiros, três da Libertadores e dois da Copa do Brasil concentrados nos três clubes. Sendo um bicampeonato continental para o Palmeiras e um bi nacional para o Flamengo. E somente o Atlético-MG, neste período recente de domínio do trio, não levantou o caneco da Libertadores (ainda). Mas ganhou Copa do Brasil e Brasileirão no mesmo ano.
E mais, tirando algumas exceções, decidiram entre si vários dos principais mata-matas. Isso significa que avançam e chegam a fases agudas em quase todas as competições. Vai se esboçando uma "tríplice hegemonia". Mas, claro, não há supremacia que dure para sempre. E as outras torcidas podem ter esperança e expectativa.

Saem na frente

Aparentemente escaldados pela lembrança de um calendário recente que foi paralisado, de uma retomada com jogos sem público em função da pandemia de coronavírus, e apreensivos com o recrudescimento após surgimento de variante que traz uma nova onda da doença, os clubes, que ainda tentam recuperar suas finanças fortemente afetadas, estão com posturas comedidas no mercado.
Neste cenário, larga na frente quem já tem um elenco profundo, estruturado e qualificado. Justamente quem mais tem poder aquisitivo é quem menos precisa gastar. O que temos visto no trio são reforços pontuais, que vêm para ajustar o grupo de jogadores que já foi montado há algum tempo e correspondeu. A razão é simples: não há motivo para grandes mudanças.
O Palmeiras, que joga o Mundial de Clubes, é o que mais gastou dos três. Mas, pelo que demonstra, dentro de um planejamento de equilíbrio financeiro. Assim, saíram jogadores com salários altos e o espaço foi criado para se contratar. Aliás, o Palmeiras é quem mais larga com vantagem. Tem uma estrutura de jogo bem definida no trabalho de Abel Ferreira, manteve seu treinador e buscou peças para correções ou potencializar virtudes. Existe uma filosofia de contratações, um perfil de jogadores promissores tecnicamente e com potencial de mercado. É um caminho definido.
Atlético-MG e Flamengo mudaram técnicos. O Galo porque Cuca resolveu ir embora. O Rubro-negro porque Renato Gaúcho foi demitido. Sem esquecer Jorge Jesus, o time carioca aposta no também português Paulo Sousa. O Galo aposta no argentino Antonio "El Turco" Mohamed. Não por acaso usei o verbo apostar. Porque vejo exatamente como isso. Na comparação entre os dois, Turco Mohamed certamente é um profissional mais adaptado ao que vai encontrar aqui.
De qualquer forma, chega um novo treinador e todo o ambiente e metodologia de trabalho mudam. Leva tempo e uma certa paciência para a adaptação. Um Atlético-MG azeitado de Cuca pode ser algo bem diferente nas mãos de Turco Mohamed. Assim como o novo português do Flamengo pode arrumar o time, organizar um sistema e não depender tanto de individualidades como era sob o comando de Renato Gaúcho.
Para melhor ou pior, vai tomar tempo a adaptação. Por isso, entre o trio de favoritos, o Palmeiras sai em vantagem pela continuidade do trabalho. Claro, no futebol, o que vai trazer verdadeira estabilidade é resultado. Mas é a organização que leva a ele.

Quem se habilita

Os rivais não estão parados. São Paulo e Corinthians, que têm grandes dívidas, se reforçam na maioria das vezes com jogadores livres no mercado, buscando parcerias para arcar com salários. E tanto tricolores quanto alvinegros optam pela experiência.
O São Paulo buscou atletas rodados para deixar seu time mais cascudo e acabar com a apatia recorrente no grupo. O Corinthians repatriou veteranos e renovou com os experientes de seu elenco. Vai ter uma equipe, sobretudo aqueles com status de titulares, com alta média de idade. Jogadores acostumados a decidir e com qualidade técnica. A questão fica por conta da parte física.
Fluminense, Athletico, Red Bull Bragantino e Internacional são outros desafiantes ao domínio do trio. E vêm investindo e contratando. Resta saber se algum deles vai ser capaz de tirar um dos principais títulos da temporada das mãos do trio.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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