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Depois de cobranças e superlotação, prefeitura reabre oito enfermarias

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 2 min

A Prefeitura de Bauru reabriu, nesta quarta-feira (26), o 'mini-hospital' para atender pacientes com Covid-19, em meio à escalada de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no município neste início de ano. A reativação do serviço ocorre após o Jornal da Cidade e o vereador Eduardo Borgo (PSL) denunciarem, por dias seguidos, a falta de vagas nos hospitais públicos de Bauru. Somente em janeiro, dez moradores com Covid-19 morreram na fila de espera por internações.

O 'mini-hospital', criado no ano passado e mantido à época com mais de 50 leitos para dar retaguarda de hospitalização a pacientes diagnosticados com a doença, conta, desta vez, com apenas oito vagas de enfermaria, instaladas no Posto Avançado Covid-19 (PAC), ao lado do Pronto-Socorro Central (PSC). E, já nesta quarta-feira, todos os leitos foram ocupados, após transferência de pessoas que aguardavam, em UPAs ou no PSC, por vagas hospitalares.

Apesar da retomada do serviço, ao menos até esta quarta-feira (26), a insuficiência de leitos de UTI Covid continuava sendo um problema em Bauru. Porém, nesta quinta, em visita à cidade, conforme o JC apurou, o governador João Doria deverá anunciar a reativação de dez vagas de terapia intensiva e 20 de enfermaria no hospital de campanha instalado no Hospital das Clínicas (HC).

Segundo a secretária municipal de Saúde, Alana Trabulsi Burgo, na manhã de ontem, seis pacientes com sintomas de doenças respiratórias aguardavam vaga de UTI na cidade, com tempo médio de espera de quatro dias. Outros 17 precisavam de leitos de enfermaria, sendo que oito foram realocados para o 'mini-hospital'.

CONTRATO EMERGENCIAL

A secretária explica que o atendimento nesta unidade está sendo prestado por profissionais recrutados pela Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB), de Lins, por meio de contrato emergencial. O convênio terá duração de seis meses, mas poderá ser suspenso a qualquer tempo, se a demanda por internações diminuir.

Caso o serviço perdurar pelo período máximo, a prefeitura desembolsará R$ 6,131 milhões, incluindo também a mobilização de profissionais para cobrir plantões de servidores afastados por Covid-19 e para ampliar o horário de atendimento em cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

De acordo com Alana, apesar de o 'mini-hospital' não contar com vagas de UTI, os pacientes mais graves poderão ser mantidos intubados, se houver necessidade, até que seja possível transferi-los para leitos hospitalares. A unidade, contudo, não contará com estrutura de UTI, com equipamentos de hemodiálise e ecocardiograma, por exemplo, ou mesmo corpo médico em áreas especializadas, como infectologia e cardiologia.

"A grande vantagem é que, nestes leitos do PAC, o paciente contará com equipes 100% dedicadas ao tratamento dele. Já nas UPAs, os profissionais precisam dividir seu tempo entre o atendimento de quem aguarda vagas em hospitais e a porta da urgência", frisa.

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