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Às vezes a ignorância pode ser uma bênção!

Fernando de O. Campos Filho
| Tempo de leitura: 2 min

A palavra ignorância possui em sua etimologia, oriunda do latim ignorantia, de ignorare, que seria a falta de "conhecimento, de saber (gnarus)". No entanto, além de sua etimologia, e embora no vernáculo brasileiro possua dentre um de seus significados também a falta de conhecimento, em algumas situações ela pode ser uma benesse, por uma reflexão analógica.

Chamamos à reflexão do (a) caro (a) leitor (a) no que tange à correlação da ignorância, insisto, em reflexão analógica, à benesse da simplicidade nas posturas da vida, no cotidiano. Observem, por exemplo, algum andarilho ou, como intitulavam no passado, um mendigo! Tal pessoa, embora eivada de fortuna no aspecto material, se for observada com o terceiro olho (o do espírito), nos passa uma grande e profunda lição.

Qual seja a de que, embora ignorante (no sentido analógico correlacionado à intensa simplicidade), ou até mesmo com falta de conhecimento da situação que assola à atualidade, essa pessoa com um simples sorriso ou poesia (alguns assim fazem), e manifesta gratidão pelo dia, ou até mesmo da "esmola" que recebe, em sua simplicidade traz um íntimo sentido, o de valorizarmos todas benesses que temos tido no decorrer das 24 h, de todos os dias, que, com certeza, são bem maiores do que as mazelas que nos prejudicam, embora ainda sim erroneamente e fictamente o marketing do mal seja maior, o bem efetivamente supera, e muito, na realidade, basta uma atenção maior.

Ora, de fato, quantas pessoas que subiram ao mais alto grau da fama, fortuna, opulência, etc, quando que, alçado o topo, percebem e se dão conta de que, na verdade, o sentido da vida está na vivência com simplicidade, sem ostentação. E que profunda lição esses tais "andarilhos" nos passam com seus gestos e manifestações de gratidão. Tudo tem um sentido, basta olharmos com sensibilidade as infinitas lições do Criador no dia a dia, de sermos amigos do rei e companheiros do mendigo, o que, desta forma, mediante essa perfunctória reflexão, a ignorância pode ser mesmo uma bênção!

O autor é advogado e professor universitário, em conjunto com Carlos R. Sette – diretor empresarial, economista e prof. universitário.

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