Desocupado desde 2013 e abandonado pelo poder público ao longo dos últimos anos, o prédio do antigo 1.º Distrito Policial (DP), localizado na avenida Comendador Daniel Pacífico, na Vila Falcão, ainda não tem prazo para voltar a ser utilizado. A Prefeitura de Bauru, responsável pelo imóvel, diz, por meio de nota, que tem planos de implantar no local dois serviços públicos para atender a população, um Centro Referência em Assistência Social (Cras) e um Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas). O município, contudo, não tem prazos ou previsões de quando isso deverá ocorrer.
Hoje, a estrutura se encontra depredada, com mato alto e acúmulo de lixo. A prefeitura informa que acionou a Secretaria das Administrações Regionais (Sear) para serviço de limpeza do local, mas também não definiu a data.
Enquanto isso, João Batista de Freitas Júnior, 52 anos, morador da Vila Falcão, reclama da sujeira e relata que o imóvel virou abrigo para usuários de drogas, mesmo tendo recebido tijolos como forma de lacrar algumas entradas, nos últimos anos.
"Está tudo detonado, levaram até os portões embora. Virou um 'hotel' ali. Alguns usuários ficam fumando lá dentro. Deixam roupas jogadas, lixo e até marmitex com comida estragada jogada no chão. Tem acúmulo de água lá também", aponta. "Outro dia, me ameaçaram quando fui fazer uma foto para mostrar o abandono do local. É um imóvel que ficou propício para a bandidagem", comenta o morador.
A atual gestão do Executivo diz que tem buscado recursos, por meio de emenda parlamentar, para reformar o prédio. O objetivo, ainda sem qualquer prazo, é transformá-lo em sede dos serviços sociais no bairro.
HISTÓRICO
Quando ainda estava ativo, o antigo 1.º DP também abrigava uma divisão em que crimes ambientais eram investigados. O prédio na avenida Daniel Pacífico foi desativado em 2013, após a implantação de um projeto de centralização do serviço da Polícia Civil. Nesta época, a Central de Polícia Judiciária (CPJ) foi criada e recebeu várias delegacias e distritos policiais.
Sem utilização, o prédio do 1.º DP acabou sendo cedido pelo Estado à prefeitura durante a administração municipal do governo Rodrigo Agostinho, que tinha a intenção de reativar, no espaço, o chamado Núcleo de Atendimento Integrado (NAI). A proposta, contudo, nunca saiu do papel.
Inclusive, o problema envolvendo o abandono do imóvel já chegou a ser tema de outras reportagens do JC. Em novembro de 2017, por exemplo, a situação gerou reação do poder público, que lacrou com tijolos algumas aberturas, como forma de evitar invasões. A medida, contudo, durou pouco e o espaço foi vandalizado e voltou a ser frequentado.