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Um terço dos contribuintes do DAE está com atrasos nas contas de água

Guilherme Tavares
| Tempo de leitura: 2 min

Pelo menos 41 mil contribuintes estão com as contas de água atrasadas em Bauru, segundo levantamento do Departamento de Água e Esgoto (DAE). O número corresponde a cerca de um terço do total das 141 mil ligações no município e é considerado alto pela autarquia, representando uma perda média de 7% no faturamento mensal, que, hoje, gira em torno de R$ 13 milhões. Ou seja, os cofres do órgão deixam de receber até R$ 910 mil por mês. Para minimizar os impactos, o departamento tem notificado os devedores para renegociar os débitos.

O DAE considera inadimplente o consumidor que está com contas em aberto a partir do terceiro mês. Ainda de acordo com o departamento, nos números mais recentes, 409 contribuintes entraram em negociação com a autarquia nos meses de novembro e dezembro de 2021. Por outro lado, desde novembro, 94 ligações foram cortadas por falta de pagamento.

Segundo o diretor financeiro da autarquia, Eriton Luis Corrêa, o cenário evidencia um perfil de consumidores em sérias dificuldades financeiras. "Avaliamos a situação que a gente vive, o alto desemprego. A água é um bem essencial. Se a pessoa não pagou, não foi porque ela não quis. É porque está passando por dificuldades mesmo".

Para tentar contornar os impactos do que o DAE deixa de receber com a inadimplência, o diretor financeiro explica que o órgão se apoia em planejamentos de prazos mais extensos para determinadas obras ou melhorias. "Deixamos de fazer algumas ações neste momento. Mas, hoje, trabalhamos mais com os planos de ação a longo prazo. Então, executamos certos investimentos só quando temos disponibilidade financeira também".

RETOMADA DE CORTES

Por conta da pandemia, o corte no fornecimento de água foi suspenso no final de março de 2020 por força de decreto do então prefeito Clodoaldo Gazzetta. O benefício foi prorrogado até outubro de 2021, quando a prefeita Suéllen Rosim (Patriota) editou novo texto, retomando os desligamentos.

"No ano passado, chegamos a ter 13% [de queda mensal no faturamento]. Era um impacto muito grande. A partir do momento que retomamos a rotina de cortes, tivemos uma grande procura da população para acertar as dívidas", pontua Corrêa.

Apesar do alto número de devedores, pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), o DAE só pode cobrar os débitos retroativos a 90 dias.

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