E como o projeto começou? Três amigas apaixonadas por felinos, Camila Formenti Francisco Santos, Juliana Torres Gimenez e Tatiane Helena Turra Martins, observaram a grande quantidade de felinos que vivem nas ruas, e que com o tempo, só iam procriando e aumentando em quantidade. Sendo assim, fundaram o Projeto Castramor, cujo objetivo é diminuir a população desses animais que se reproduzem em larga escala, ou seja, muito rapidamente, e, por ficarem nas ruas, acabam sofrendo com uma série de circunstâncias graves e triste tais como: fome, doenças, atropelamentos, envenenamentos entre outras situações de maus tratos (Lei Federal 9.605/98 e que teve sua pena aumentada em relação aos maus tratos contra cães e gatos pela Lei Federal 14. 064/2020). Infelizmente, não existem lares para todos os animais que nascem. Desta forma, o melhor a se fazer é realizar o controle populacional ético desses animais, o que é feito através da cirurgia de castração.

Como o projeto funciona na prática? Cuidadoras de gatos de colônias e outras protetoras, identificam os gatos na cidade e passam a necessidade da castração para o Castramor. A coordenação do projeto, analisa o pedido e encaminha para a lista de planejamento. Tendo data, o Castramor agenda a castração. O cuidador ou protetor que identificou a colônia, se responsabiliza pela captura do animal e transporte de ida e volta da clínica veterinária parceira do projeto. Por último, o Castramor realiza o pagamento da castração para a clínica veterinária.

E qual o impacto desses 1000 felinos castrados em Bauru? A bem da verdade este mês, o projeto bateu 1.006 animais e destes mais de mil gatos castrados na cidade, por uma conta simples temos uma média de 12 mil gatos que deixaram de nascer nas ruas do município. Além da diminuição populacional dos animais, a castração promove bem-estar animal, ou seja, cada animal castrado tem menores chances de desenvolver problemas de saúde, tais como câncer de mama e infecção do útero nas fêmeas; diminui a agressividades dos animais e a consequente possibilidade de confrontos entre eles, o que gera muito prejuízo à saúde animal, uma vez que esses animais por serem ariscos, é muito difícil conseguir capturá-los para prestar atendimento médico-veterinário. E em relação ao meio ambiente, a castração com a consequente diminuição populacional, melhora-se a qualidade do meio ambiente, auxiliando no controle do "meio ambiente equilibrado", direito fundamental dos humanos e de todos os outros animais, previsto no artigo 225 da Constituição Federal, já que os pássaros deixam de ser presas desses gatos.

Importante consignar nessa questão, que nenhum gato que está na rua, ou mesmo que tenha tutor, tem culpa em predar pássaros, pois estes tem necessidade e instinto de se alimentar, a culpa é do ser humano, que administra infelizmente o planeta de forma irresponsável, não conseguindo até o momento, sequer controlar a população de animais domésticos, como cães e gatos, que tem esta condição de doméstico, devido a escolhas humanas.

Gostou do projeto Castramor? Quer mandar mensagem, tirar dúvidas, dar sugestões, ajudar de alguma forma? Entre em contato através do @castramor no Instagram. Lembrando que o projeto Castramor não tem abrigo para acolher animais, o foco é a castração dos mesmos. Se você achar algum gatinho na rua que precise de ajuda, acolha, faça sua parte enquanto ser humano responsável, adote, e, caso não possa adotar, procure uma pessoa ou família que possa, mas nunca deixe de auxiliar.

Thaís Viotto

Presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal de Bauru (COMUPDA) e da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB Bauru (CPDA OAB Bauru).

E-mail: comupda@gmail.com

Facebook: http://www.facebook.com/comupda.bauru