Conversando com o Bispo

7º TCom. C - Amar como Deus nos amou

20/02/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O Evangelho da santa Missa de hoje - Lc 6,27-38 - é continuação do Evangelho do domingo passado que trouxe a primeira parte do Sermão da Planície ou da Montanha. Este trecho evangélico de hoje diz referência à segunda parte daquele discurso, dirigido por Jesus aos Doze, aos discípulos e às multidões. Jesus aprofunda as consequências das bem-aventuranças: fala da superação da lei de talião; convida a todos ao amor que está no centro da mensagem cristã e tem Deus por modelo; exorta-os a nunca julgar. Em primeiro lugar coloca o amor aos inimigos, a seguir faz uma bela e profunda introdução a todas as outras exortações contidas no texto.

"Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos difamam. A quem te ferir numa face, oferece a outra; a quem te tomar o manto, não recuses a túnica. Dá a quem te pedir, e não reclames de quem tirar o que é teu. Como quereis que os outros vos façam, fazei também a eles" (vv. 27-31.37).

Em resumo, Jesus diz que os que estão dispostos a escutar o Evangelho tem a obrigação de amar os próprios inimigos, fazer-lhes o bem, não os odiar. Devem também falar bem deles e não mal; orar por aqueles que nos maltratam; dar a quem nos pede, sem esperar retribuição; e não julgar a ninguém (cf. vv.27-30.37).

A regra de ouro que sintetiza toda a sua pregação é: "Como quereis que os outros vos façam, fazei-o vós também a eles" (v.31). Como se vê é um autêntico presente pleno de sabedoria que Jesus fez sublinhando as motivações do amor pessoal e ilimitado (cf. vv. 32-35).

Em suma, o amor que nos é exigido leva-nos a seguir as pegadas do Messias, amando a todos. Ressoa aqui o que Jesus diz em Jo 13,34: "Como eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros". Segundo São Lucas, somos chamados a "Amar como Deus nos amou". O critério do agir de Deus é que ele não nos trata segundo nossas faltas, mas ama a todos com amor eterno e sem limites. A medida do amor de Deus é não ter medida, até deixar-se crucificar por amor da Humanidade. Soa-nos fortemente a oração de Jesus no alto da cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23,34).

Alcançar um nível de amor como Jesus nos pede é uma graça. Cabe-nos suplicar a Deus com humildade essa graça, sabendo que não somos dignos dela por merecimento próprio, mas porque Ele nos reconhece como a seus filhos nos ama de graça. A fim de ouvirmos a voz do Espírito e colocarmos em prática o mandamento novo de Jesus - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34) - temos necessidade do auxílio do Pai da Misericórdia.

O Papa Francisco vem dizendo que a misericórdia divina faz parte do núcleo da mensagem bíblica, é fundamento do Evangelho, brota e flui do coração da Trindade, do íntimo mais profundo do mistério de Deus. Convida a todos os que tiverem necessidade a se abeirarem desta fonte e a acederem a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim e a sua compaixão nunca se esgota (cf. O Rosto da Misericórdia, nº 25).

"Pai clementíssimo, que no vosso único Filho nos revelais o amor gratuito e universal, dai-nos um coração novo, para que nos tornemos capazes de amar também os nossos inimigos e abençoar os que nos fizeram mal. Amém".

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja louvado!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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