Wagner Teodoro

Baixas fazem estrago

27/02/2022 | Tempo de leitura: 4 min

Jogando com sete desfalques, o Noroeste, desta vez, não conseguiu se superar e acabou derrotado pela Matonense, neste sábado (26), pela Série A3 do Campeonato Paulista por 1 a 0, no Alfredão. Em duelo no qual tomou um gol em jogada de bola parada, o time bauruense encontrou enorme dificuldade de sobrepujar a barreira defensiva armada pelo adversário, pois sofreu com falta de criatividade e poder de ataque. A invencibilidade em casa caiu.

Completamente compreensível. No banco, como opções de fato ofensivas, o técnico Luiz Carlos Martins tinha apenas Vinícius Bala e o jovem Abílio. Aliás, os reservas do Norusca para a partida eram em geral muito inexperientes, com baixa idade. Reflexo de carências de um elenco que é sabidamente curto.

As ausências de Marco Goiano e Jonatas Paulista foram muito sentidas pela equipe. E no segundo tempo o Noroeste foi se afobando em busca do gol de empate à medida que teve que lidar com a retranca e catimba adversária, que retardou o andamento do jogo o quanto pôde com a conivência da arbitragem. Durante boa parte da etapa final, a partida não teve ritmo, o que só interessava à Matonense.

Alerta para fase decisiva

É preciso salientar que o Noroeste, independentemente do resultado contra a Matonense, faz uma Série A3 acima do esperado. Lembrando que a equipe demorou para ser montada e teve pré-temporada curta. Fez apenas um jogo-treino e Martins foi acertando o time ao longo das rodadas. E é jogo no final e meio de semana, não dá tempo de treinar da maneira adequada.

Além disso, talvez em função da breve pré-temporada, o time vem sendo bastante afetado por lesões, além de desfalques pelas inevitáveis suspensões. O trabalho de comissão técnica e elenco deve ser elogiado, porque o Noroeste vem superando todos os obstáculos que enfrenta desde antes do começo da Terceirona e se mantido no G4, meta estabelecida no clube. É valorizar quem vem correspondendo.

A equipe tem destaques individuais nesta primeira metade da fase inicial, como o goleiro Pablo, o meio-campista John Egito e o atacante Leleco, mas a principal virtude é o coletivo. É um time que sofre poucos gols e há um padrão de jogo, uma regularidade nas atuações. Além disso, me parece um grupo muito coeso, fechado em seus objetivos, com bom ambiente de trabalho. Méritos de todos no departamento de futebol alvirrubro.

Mas o elenco curto e a derrota para a Matonense, além das dificuldades por desfalques em outros jogos da A3, evidenciam a necessidade de contratações. Mostram que nem sempre a superação, dedicação e empenho serão suficientes. E, claro, o fato é uma preocupação de Martins e Deda, que se desdobram em busca de nomes para reforçar o elenco.

Numa fase decisiva, sem um elenco mais profundo, com maior número de opções, em um momento no qual enfrentar a "tempestade perfeita", com possíveis baixas de jogadores fundamentais, não há margem para improvisação ou tempo de recuperação. Mesmo um quadrangular decisivo é tiro curto e a temporada está em jogo. Está certo que o dinheiro é pouco, o mercado inflacionado e as peças podem ser difíceis de encaixar para contratações certeiras, mas fica a certeza da necessidade de qualificar o grupo e ter mais alternativas no momento agudo da Terceirona.

Gringo na Seleção Brasileira

Tite declarou, ao longo da semana, que não vai permanecer na Seleção Brasileira após a Copa do Mundo do Catar, que ocorre no final deste ano. Algo já esperado. Fecha-se um ciclo no qual o treinador teve quatro anos para desenvolver seu trabalho. Diferentemente de quando assumiu antes do Mundial da Rússia, momento no qual pegou "o bonde andando" com a saída de Dunga.

E já começam as discussões de quem será o sucessor. Não vejo um nome no Brasil que seria unanimidade para assumir a Seleção. Renato Gaúcho, até pouco tempo, seria a bola da vez, mas sua fraca passagem pelo Flamengo evidenciou lacunas que o fizeram perder protagonismo como candidato ao comando da Amarelinha. Estamos entre uma geração de novos treinadores que buscam afirmação e veteranos.

Por isso, entendo que tenha chegado o momento de investir em um técnico estrangeiro para a Seleção. Mas não qualquer um. Vejo somente dois nomes que chegariam perto da unanimidade: Pep Guardiola, fã declarado do futebol brasileiro, e Jürgen Klopp. Os treinadores estão na Premier League no comando de Manchester City e Liverpool, respectivamente. Seria o caso, no devido momento, de sondar o desejo deles de comandar a equipe pentacampeã mundial e, em caso positivo, óbvio, abrir os recheados cofres da CBF para trazer um deles.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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