Wagner Teodoro

Grandes esperanças

13/03/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Eram jogados 14 minutos do segundo tempo. Momento no qual o Noroeste marcou o segundo gol e "matou" o confronto diante do Nacional, no Alfredão. Mais simbólico do que o fundamental triunfo diante do lanterna em casa, no "Clássico dos Ferroviários", foi o autor do derradeiro gol alvirrubro na partida. Pereira, que é a "cereja do bolo" do clube bauruense já pensando na segunda fase da Série A3 do Campeonato Paulista.
O meio-campista entrou no retorno do intervalo e na primeira oportunidade na qual teve liberdade deu seu cartão de apresentação ao torcedor noroestino. Com frieza e precisão, mandou no canto e deixou o jogo mais tranquilo. Antes, Vinícius Bala, décimo-segundo jogador do técnico Luiz Carlos Martins, havia aberto o placar.

Após criar bastante na primeira etapa, o Noroeste foi eficaz no período complementar, seguiu dominando, ouviu a empolgação das arquibancadas com gritos de "olé", sofreu um gol no final e deixou o campo com mais três pontos e virtualmente classificado. Se a vaga matemática não vier nesta rodada, vai chegar nas próximas. Necessário manter a concentração nas três últimas partidas da primeira fase, afinal, a sequência é pesada: São José, União Suzano, ambos fora de casa, e Capivariano, em Bauru, para fechar.

Mas a equipe também já deve começar a pensar na fase decisiva. E vive grande momento para isso. A diretoria inscreveu "nos acréscimos" três ótimos reforços, encorpando o elenco - Martins sofreu ao longo da primeira fase com um grupo reduzido. Agora, o treinador ganha opções importantes. Pereira é um ótimo jogador, traz experiência e qualidade, além de ser acostumado a vencer, a subir. Luiz Thiago e Jefferson Alves também têm condição de chegar e vestir a camisa. E já mostraram isso. Trabalho bem feito pelo clube nas contratações.

Além disso, a série de lesões que encheram o Departamento Médico parece que vai passando, o Norusca tendo retornos importantes e ficando realmente pronto para o momento decisivo. Com elenco completo e reforçado, união e empenho já demonstrados ao longo das 12 rodadas disputadas, além da competência de Martins, cresce a expectativa pela possibilidade de acesso. O campo dirá. Mas, como diria Charles Dickens, grandes esperanças.

Merecia uma chance

O técnico Tite anunciou, na sexta-feira (11), a convocação para a última rodada das Eliminatórias. O nome de Raphael Veiga, do Palmeiras, foi mais uma vez preterido. Penso que, pelo que vem jogando há mais de um ano, o meia merecia uma chance na Seleção. Já faz um tempinho que o Brasil carimbou o passaporte para o Catar e nem mesmo assim, com duelos do qualificatório servindo de jogos-treino, Veiga foi chamado para ser analisado no dia a dia do time nacional.

Observado no clube ele vem sendo faz tempo. Mas, de acordo com a meritocracia alardeada pela comissão técnica do time nacional, fica difícil entender que Veiga esteja atrás de Everton Ribeiro, chamado em outras ocasiões. Tite, por outro lado, convocou Arthur, que não vive auge. Tudo bem que são jogadores que executam funções diferentes. Mas não é de agora que Veiga pede passagem para ser testado com a camisa amarela. Na reta final do caminho para o Mundial, dificilmente a oportunidade vai surgir.

É uma pena, porque nenhum meio-campista que atua no futebol brasileiro jogou a bola que Raphael Veiga jogou desde a temporada passada. Um cara com qualidade técnica e inteligência tática. Nem testá-lo como opção, uma alternativa, na Seleção Brasileira é difícil de entender. Agora às portas do Catar dificilmente o pragmático Tite fará experiências. O técnico tem um grupo de jogadores de confiança e não deve abrir mão de seus conceitos e de um trabalho desenvolvido ao longo de todo o ciclo.

Com isso, prefere apostar em jogadores que precisam recuperar o bom momento, como Arthur e Philippe Coutinho, que renasceu ao voltar ao futebol inglês, do que em novos nomes que vivem grande fase. E, além disso, o fato de jogar em ligas europeias, contra ou ao lado da maioria dos craques que estará no Mundial, também é determinante para as decisões de Tite. Um parâmetro de qualidade e confiabilidade.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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