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Alvos de furtos, túmulos recebem pedras jateadas no lugar de bronze

Guilherme Tavares
| Tempo de leitura: 2 min

Por conta dos furtos frequentes em cemitérios, muitas famílias bauruenses têm optado por substituir os itens de bronze dos túmulos por pedras jateadas. Os trabalhos geralmente são feitos em granito, com inscrições de nomes e datas de nascimento e falecimento, mas há também peças decorativas com imagens religiosas. E essa tem sido uma tendência não só para os jazigos antigos, já vandalizados. Muitos clientes têm solicitado as pedras gravadas para túmulos novos e nem sequer cogitam fazer a ornamentação com bronze ou outro metal.

Em Bauru, os cinco cemitérios municipais são administrados pela Emdurb, a qual não se responsabiliza por quaisquer objetos deixados nas necrópoles. Porém, afirma estar investindo em vigilância patrimonial e instalação de câmeras de segurança (leia mais ao lado).

O empresário Erick Sampaio Malini, dono de uma fábrica de jateamento, relata que a busca por esse material está diretamente ligada ao temor de furtos. "A maior parte das pessoas procura esse tipo de trabalho porque é definitivo. Não corre o risco de instalar uma placa ou imagem de metal, ter o túmulo vandalizado e, depois, gastar novamente para restaurar", afirma Erick.

O jateamento é uma técnica que usa um produto abrasivo com ar comprimido para desenhar a superfície. Além do granito, o trabalho pode ser feito em qualquer tipo de pedra, como o mármore, e também em vidro.

As placas com nomes e datas representam o serviço campeão de vendas. Depois, vem a imagem de Nossa Senhora Aparecida, seguida da de Jesus Cristo. A empresa faz, atualmente, uma média de 60 trabalhos por mês. 

CONSERVAÇÃO

Uma peça jateada geralmente leva dois dias para ficar pronta. Depois de gravar a pedra, o desenho recebe tinta. As cores mais comuns são o branco, preto e dourado. Dependendo do local de exposição, uma camada de resina permite a conservação por tempo indeterminado. "Tem trabalhos que fizemos há mais de 20 anos que continuam intactos, sem perder a tinta", conta o empresário.

O preço de uma gravação varia de acordo com o tamanho da pedra e do desenho. O custo de uma peça pode chegar a R$ 250. Uma alternativa é substituir o material: em vez de granito, é possível jatear azulejos ou porcelanato, reduzindo o preço final da peça. "Tem família que não consegue pagar pela peça de granito. Nem por isso precisa ficar sem a placa no túmulo", conclui Erick.

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