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Morre Rincón, destaque da grande geração da Colômbia


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Morreu nesta quarta-feira (13), aos 55 anos, Freddy Eusebio Rincón Valencia. Campeão em diversos clubes, marcado especialmente por sua passagem vitoriosa pelo Corinthians e destaque daquela que é considerada a grande geração de jogadores de futebol da Colômbia, ele não resistiu aos ferimentos decorrentes de um acidente de carro em seu país.

O veículo em que estava o ex-atleta se chocou com um ônibus na madrugada de segunda-feira (11), em Cali, no bairro de San Fernando. De acordo com as autoridades locais, o carro desrespeitou um sinal vermelho em alta velocidade e foi atingido lateralmente. Havia duas mulheres com Rincón, que tiveram ferimentos leves. O motorista do ônibus teve fratura na perna.

Internado na Clínica Imbanaco com traumatismo cranioencefálico, o ex-volante passou por uma cirurgia de quase três horas. Os primeiros boletins médicos apontaram que ele estava em "estado muito crítico" e "com medidas avançadas de suporte". Mas não resistiu.

Rincón recebeu homenagens de diversos clubes por que passou. Ele iniciou a carreira em equipes da Colômbia, destacando-se no Independiente Santa Fe e no América de Cali, na virada da década de 1980 para a de 1990. Chegou ao Palmeiras em 1994, em sua primeira parada no Brasil, país em que viveria seus melhores momentos. No Alviverde foi bicampeão paulista.

Após uma estadia relativamente discreta na Europa, defendendo o italiano Napoli e o espanhol Real Madrid -onde dizia ter sofrido racismo -, ele retornou ao Palmeiras em 1996. Em 1997, trocou de camisa e passou a vestir a do arquirrival Corinthians, aquela com a qual construiu a maior identificação e levantou seus mais importantes troféus.

Rincón, que fora atacante e meia, transformou-se em excepcional volante, inicialmente por decisão do técnico Joel Santana. Em 1998, quando conquistou o Campeonato Brasileiro pela primeira vez, passou a formar com Vampeta, Ricardinho e Marcelinho um meio-campo histórico alvinegro.

Campeão paulista em 1999, o colombiano herdou a faixa de capitão do zagueiro paraguaio Gamarra, que deixou o time após o triunfo estadual. Foi com a tarja no braço que ergueu a taça do Campeonato Brasileiro de 1999 e viveu a cena que marcou sua carreira, no Mundial de Clubes de 2000.

Rincón deixou o time em seguida, indo jogar no Santos e sendo chamado de mercenário - a mágoa se dissipou com o tempo. A queda no desempenho, natural, foi notória nos últimos anos da carreira, com passagem também pelo Cruzeiro. Em 2004, o colombiano ainda retornou ao Corinthians, longe da velha forma, e participou de uma campanha muito fraca no Campeonato Paulista, com risco de rebaixamento até a última rodada.

ESTRELA DE SUA GERAÇÃO

Pela seleção da Colômbia, Freddy disputou três edições da Copa do Mundo, 1990, 1994 e 1998. Foi parte de uma geração marcante do país, que teve também nomes como René Higuita, Carlos Valderrama e Faustino Asprilla. No Mundial de 1990, na Itália, marcou um gol histórico contra a Alemanha Ocidental - que seria campeã dias depois -, definindo a classificação às oitavas de final.

Já o caminho para o Mundial de 1994 teve uma goleada por 5 a 0 sobre a Argentina, com dois gols de Rincón. Como atacante e meio-campista, Freddy disputou 84 partidas por sua seleção, marcando 17 gols. 

Aposentado, ele teve passagens como auxiliar técnico, trabalhando com Vanderlei Luxemburgo no Atlético Mineiro, e chegou a assumir os times sub-20 e sub-23 do Corinthians. Como ocorrera em 2000, deixou o clube reclamando da corrupção dos dirigentes. Voltou à Colômbia, onde também atuou como auxiliar, sem ver sua carreira à beira do campo deslanchar.

Rincón chegou a ter problemas na Justiça e foi preso em 2007, acusado de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas no Panamá. Solto com um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) após quatro meses, acabou absolvido no processo.

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