Geral

Páscoa pós-Covid reforça mensagem de que vida prevalece sobre a morte

Marcele Tonelli
| Tempo de leitura: 2 min

Comemorada neste domingo (17), a Páscoa, considerada a maior festa dos cristãos, celebra a ressurreição de Jesus. E, neste ano, a data ganha contornos que fortalecem ainda mais o sentido dessa passagem bíblica, conforme analisa o teólogo Maykel Nazaré. Isso porque, assim como o Cristo ressuscitado, o período pós-Covid, classificado assim em razão de os índices pandêmicos seguirem praticamente controlados, reforça a mensagem de que a vida tem prevalecido sobre a morte.

"Chegamos a bater 4 mil mortes diárias na pandemia. O luto é inquestionável, mas essa esperança trazida pela Páscoa nos dá uma oportunidade de seguirmos em frente, inclusive carregando esses lutos para que a nossa memória faça sentido. Sobretudo, é tempo de refletir que a morte não é o fim e a ressurreição nos possibilita imaginar novos amanhãs, fortalecendo assim o desejo em viver", observa o teólogo.

REVOLUCIONÁRIO

Na crença cristã, Jesus ressuscitou ao terceiro dia após a crucificação e morte, o que, segundo Maykel Nazaré, evidencia que a vida também é maior do que qualquer tipo de violência.

Neste contexto, o teólogo aponta que a Páscoa deve ser encarada como um período revolucionário, capaz de propiciar mudanças positivas internas e externas nas pessoas, com foco em reduzir o ódio e a violência no mundo.

"A pandemia e a guerra na Ucrânia são consideradas sinais de morte. Mas, nós, como seres humanos, também produzimos todos os dias esses tipos de sinais ruins, nos nossos preconceitos e nas nossas relações, por vezes, abusivas. Então, a Páscoa vem como a possibilidade dessa 'virada de chave' e retomada de uma vida mais humanizada, sempre em direção ao outro e não às coisas que nos levam a morrer e matar", ressalta.

Outro ponto elencado pelo teólogo é sobre a adoração à cruz que, apesar de ser ressaltada na Páscoa, simboliza a morte. "Nós, cristãos, acabamos nos apegando a este símbolo e nos esquecendo um pouco da ressurreição, que representa a esperança. E é por isso que este domingo é tão importante, pois lembra da vitória da vida e que a morte não é capaz de exercer a última palavra sobre a nossa existência", finaliza Maykel Nazaré.

Comentários

Comentários