Wagner Teodoro

Desfecho perfeito

22/05/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O Noroeste pressionava, o tempo passava e o jogo se encaminhava para o final. Não haveria tristeza, porque a realização do objetivo do acesso se manteria, sim, o motivo maior de satisfação para todos os noroestinos. Mas nada se compara a subir sendo campeão. E, como toda a campanha alvirrubra nesta Série A3, o título veio na superação. Após sair perdendo por 2 a 0 e ver a vantagem de 2 a 1 conquistada na partida de ida se esfacelar, o Noroeste, mais uma vez, foi buscar. Com dois gols de Hygor Ribeiro, o segundo aos 48 minutos da etapa final, o time bauruense chegou ao empate e sagrou-se campeão. Que emoção!

Eu confesso que já me preparava para escrever sobre um honroso vice. Mantendo uma pontinha de esperança já nos acréscimos, porque o Norusca abafava. E, felizmente, posso escrever sobre um heroico título. Porque este Noroeste mostrou ser resiliente. Mostrou que "o jogo só acaba quando termina". E mais de uma vez. Mas, nesta final, foi demais, meus amigos. Sair de uma adversidade tamanha em um estádio adversário lotado e contra um time qualificado, como o Comercial! Este título entra na galeria do Norusca com destaque. Personalidade, maturidade, talento e justiça.

E o Noroeste trafegou pelos trilhos da superação ao longo de toda a competição. Pré-temporada curta, elenco enxuto no começo e, mesmo assim, mostrando regularidade. Foi se reforçando e atingindo o estágio ideal ao longo da primeira fase. Avançou. Chegou a ser lanterna no quadrangular - tiro curtíssimo - para renascer e chegar às semifinais como líder, condição que foi determinante para o acesso, pois a vantagem de dois resultados equivalentes foi o que decidiu contra o EC São Bernardo - e quero destacar que nos 180 minutos o Alvirrubro também saiu de 0 a 2 para ratificar o acesso.

Não faltam histórias épicas, enredos de redenção. Não vão faltar momentos memoráveis. Um título - o primeiro em quase uma década - e um acesso com sabor especial. O futebol escreve páginas dramáticas. Reviravoltas que empolgam um lado e ferem o outro. Elas engrandecem o espetáculo. No final dramático deste roteiro, houve lágrimas. De alegria e tristeza. E o Noroeste, após tantas frustrações, pode, enfim, sorrir com um desfecho perfeito. Promoção e mais uma taça na galeria.

A bola premia

Muricy Ramalho cunhou a já célebre frase: "a bola pune". É uma máxima do futebol. E no mata-mata do Norusca nesta Série A3 vimos o antijogo ser castigado tanto na semifinal quanto na final. A cera, infelizmente, faz parte do jogo, mas ela, muitas vezes, acaba se voltando contra quem a pratica. Na semifinal, o EC São Bernardo cansou de retardar o andamento das partidas para, depois, ter que correr atrás. Não logrou.

E na segunda partida da final o Comercial, em vantagem e praticamente com a mão na taça, tentou gastar o tempo. Quase conseguiu. Mas se a bola pune e não perdoa, ela também premia. E premiou quem quis jogar futebol. O Noroeste, na decisão do título, teve mais posse de bola, finalizou mais, insistiu e conseguiu o resultado no finalzinho para levantar o caneco. Coroação do esforço de quem sempre teve e buscou jogar futebol.

Pensar na elite

O momento é de festa. A carreata do acesso e do título vai percorrer as ruas de Bauru em confraternização de torcida e time pelo título da Terceirona. Passada a natural e justa euforia, o clube precisa já começar a pensar em um planejamento para alcançar a elite. Tem a Copa Paulista no segundo semestre. Vale vaga na Copa do Brasil ou Campeonato Brasileiro da Série D. Ambos importantes.

O ideal é manter-se competitivo pela oportunidade de inserção no calendário nacional e já vislumbrando a disputa da Série A2, em 2023. É preciso pensar na elite estadual e planejar bem a disputa da Segundona, um campeonato com características diferentes da A3. Analisar o atual elenco, identificar posições nas quais reforços devem chegar. Enfim, o Noroeste tem meses importantes pela frente na "missão elite".

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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