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Escola estadual impede que alunos levem cobertores às aulas em Bauru

Larissa Bastos
| Tempo de leitura: 2 min

Mesmo com o tempo gelado dando uma trégua nesta semana, a meteorologia prevê novas ondas de frio ainda durante o outono. E as baixas temperaturas recentes "esquentaram" uma polêmica na Escola Estadual Professora Maria Aparecida Maschietto Okazaki, no Jardim Vânia Maria, em Bauru. A direção da unidade emitiu um comunicado para que os alunos não levem cobertores ou mantas nas aulas. Segundo a publicação feita na página do Facebook da instituição, a justificativa é de que os itens estariam atrapalhando a concentração e desempenho dentro das salas.

Marcos Chagas, que leciona em escolas estaduais de Bauru há 13 anos e é coordenador da subsede local do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), critica a avaliação da diretoria da unidade. Ele, inclusive, também usou as redes sociais para se posicionar contra a restrição.

Segundo Chagas, o uso de cobertores, na verdade, indica um esforço do aluno em ir até escola, mesmo, muitas vezes, sem ter roupas suficientes para se proteger das baixas temperaturas. E, de acordo com ele, pode ser, em determinadas ocasiões, a única forma que a criança ou adolescente tem para se aquecer.

"Durante o frio, os alunos costumam tradicionalmente faltar na escola. Então, se estão indo com cobertores, ótimo. Pelo menos, eles estão na escola. E, de modo geral, as escolas não estão preparadas para receber os estudantes, nem no calor e nem no frio. Então, se há problemas pontuais de disciplina, eles devem ser resolvidos. Mas, não deveriam punir o todo", opina o professor.

Questionada pela reportagem sobre a situação, a Secretaria da Educação do Estado reiterou que "a escola fez um comunicado aos pais e responsáveis para que os estudantes não levem cobertores para evitar distrações durante as aulas".

A pasta afirmou ainda que a unidade disponibilizaria "blusa de frio aos alunos mais vulneráveis".

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