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Sorri pode ter que interromper fornecimento de equipamentos

Motivo é a falta do reajuste de repasse do governo federal; entidades se mobilizam

04/06/2022 | Tempo de leitura: 3 min
Isabele Scavassa (Estágio sob supervisão)

A Sorri Bauru corre o risco de não conseguir mais distribuir equipamentos, como os de órtese e prótese, aos pacientes em situação de vulnerabilidade a partir dos próximos meses. A entidade afirma que isso poderá ocorrer caso não haja reajustes das verbas federais destinadas aos centros especializados em reabilitação. Com essa demanda, inclusive, juntou-se a outras instituições do País no movimento "Até Quando?".

A ação tem como objetivo mobilizar esforços em prol da atualização dos valores repassados pela Tabela de Procedimentos SUS. Sem reajuste desde 2007, o índice em questão é responsável por regular os montantes que são destinados a esses órgãos não-governamentais, a fim de restituir as despesas obtidas com procedimentos e tratamentos desempenhados por eles. O "Até Quando?" conta com um abaixo-assinado pela causa.

No caso da Sorri, a defasagem interfere diretamente na distribuição desses dispositivos de órtese e prótese, como nos itens para mobilidade. A instituição afirma que, segundo as projeções, não conseguirá manter a dispensação dos equipamentos caso não seja feita a retificação de valores da tabela. Os atendimentos, no entanto, não devem ser afetados, pois também recebem ajuda de custo da comunidade e de outras iniciativas que independem do fomento federal.

Assessora de Gestão da Sorri Bauru, Maria Estela Rueda explica que, hoje, a diferença entre os gastos e os valores ressarcidos é significativa. "Um exemplo claro é a cadeira para paraplégico, que é vendida pelo mercado por um valor em torno de R$ 1.200,00, mas a tabela ressarce apenas R$ 571,90". Neste caso, a lacuna fica em R$ 628,10, mas pode chegar a R$ 3.438,00 quando se trata de cadeira de rodas motorizada.

Para além dos equipamentos e da Tabela SUS, a Sorri ainda aponta que o custeio geral dos centros de reabilitação e oficinas também se encontra em quadro deficitário, visto que o valor destinado não é atualizado desde 2013. O repasse para a Sorri, por exemplo, é de R$ 200 mil mensais. Assim, com esse montante que segue sem aumento há nove anos, a instituição precisa se virar para cobrir as despesas dos 1.134 atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde atualmente.

ABAIXO-ASSINADO

Segundo Rueda, o movimento "Até Quando?" visa obter o máximo de adesão possível ao abaixo-assinado, para que o grupo consiga uma audiência pública no Congresso Nacional e a consequente repercussão desejada no Ministério da Saúde - órgão responsável pelos repasses. Portanto, não há um prazo limite para a fase de coleta. O documento é aberto para toda e qualquer contribuição, independente de área de atuação ou localidade.

"O nosso movimento busca conscientizar a população sobre a falta de sustentabilidade das instituições que são parceiras do Sistema Único de Saúde, pela defasagem dos repasses públicos. Todas buscam recursos extras para manter a qualidade da assistência prestada à população, o que tem ficado cada vez mais inviável pela alta dos custos e congelamento de verbas", conclui a assessora.

Aqueles que quiserem contribuir com o abaixo-assinado podem acessar o site da Sorri (https://sorribauru.com.br/) e clicar no banner de divulgação da lista, na página inicial, que irá direcionar para o documento.

A reportagem acionou o Ministério de Saúde sobre a falta de reajustes nos repasses, contudo, não houve resposta até o fechamento desta edição.

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