José Milagre

É possível reverter uma transação errada ou fraudulenta via PIX?

12/06/2022 | Tempo de leitura: 3 min

O PIX, tecnologia que permite transações instantâneas, caiu no gosto do brasileiro. E com as transferências, surgiram os golpes e fraudes digitais. Estima-se mais de 2,7 milhões de tentativas de golpes envolvendo o Pix. Uma dúvida muito comum, diz respeito à possibilidade de se reverter uma transação erroneamente feita.

Transação errada?

Sim, são milhares de casos envolvendo transações erradas no PIX, onde pessoas transferem para chaves equivocadas, por engano ou fraude. Nestes casos, embora exista a instantaneidade das transações, valem algumas informações que podem ser úteis na busca da reversão do dano.

Rede Globo

Um caso da TV Globo também ganhou destaque: A empresa fez um Pix errado de R$ 318 mil, e a pessoa que recebeu, inclusive, tentou usar o dinheiro para comprar um imóvel. A questão foi parar na Justiça.

Golpes envolvendo PIX Nem só de erros se fazem as transações em PIX, já que parte das transações erradas são originarias de golpes e fraudes. Os golpes normalmente envolvem engenharia social, onde marginais se passam por funcionários dos bancos. Além disso, tem crescido o sequestro relâmpago onde o marginal força a vítima a realizar transações, tendo o Bacen agido rapidamente neste aspecto: Como se sabe, o Banco Central limitou transações das oito da noite às seis horas da manhã.

Técnicas mais apuradas

Outras técnicas, como a captura de sessões com o envio de arquivos maliciosos, por exemplo, pelo Whatsapp, permitem que se use o aparelho da vítima ou se consiga clonar os aparelhos.

Como se proteger?

É muito importante instalar um antivírus no celular, desconfiar de mensagens e contatos de desconhecidos e principalmente, criar senhas seguras para os aplicativos, checando sempre as chaves antes de confirmar transações.

Mas e se a transação já foi feita?

É possível cancelar e reverter, mas agir rapidamente é fundamental. Seguem as orientações: 1) Se foi uma transação por engano, entre em contato com quem recebeu e peça o estorno. Ele, no seu aplicativo, tem uma opção para devolver o valor. 2) Se não conseguiu ou existe a recusa, será necessário comunicar o banco. Importa dizer que aquele que recebe PIX e se recusa a devolver comete crime de apropriação indébita, previsto no art. 169 do Código Penal. Entre em contato com seu banco e eles se encarregarão de entrar em contato com o recebedor. Em alguns casos, você poderá ou deverá entrar com uma ação judicial.

Fui vítima de fraude!

Caso você tenha sido vítima de fraude e não saiba quem é o recebedor, algumas estratégias são fundamentais. Em novembro de 2021, um ano depois do lançamento do sistema, o BC criou uma norma que coloca em prática o Mecanismo Especial de Devolução (MED). Trata-se de um conjunto de regras e de procedimentos operacionais que as instituições financeiras participantes devem seguir para efetivar uma devolução de dinheiro via Pix. A devolução é feita pelo banco do recebedor e esse mecanismo só funciona quando há suspeita do uso do Pix para fraude ou nos casos de falha operacional no sistema.

Como fazer?

O usuário que fez um PIX para um marginal ou que foi invadido aciona seu banco (X), e requer o MED. A instituição financeira irá avaliar cada caso e ver se o mecanismo de devolução se aplica ou não. Se entender que sim, ela aciona o banco do marginal (Y), e este banco tomará as medidas para bloquear e devolver os valores. Transações de até 80 dias atrás podem ser solicitados. Não perca tampo! Acione sempre seu banco, imediatamente após uma transação suspeita o criminosa, requerendo abertura do MED.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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