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Gasolina dispara e já passa de R$ 7 em postos de Bauru

Tisa Moraes
| Tempo de leitura: 3 min

Após novo reajuste da gasolina, anunciado na última sexta-feira (17) pela Petrobras, o preço do combustível fóssil disparou nas bombas dos postos de Bauru, sendo que, em diversos estabelecimentos, o litro já era comercializado a R$ 7,00 ou mais no início desta semana. Segundo a Associação dos Revendedores de Combustíveis de Bauru e Região (Arcomb), a alta média foi de R$ 0,20, o que acabou por pressionar, também, o etanol, que ficou entre R$ 0,10 e R$ 0,15 mais caro.

Nesta segunda-feira (20), a reportagem do JC encontrou o litro da gasolina à venda por até R$ 7,19. Na pesquisa informal, o preço mínimo identificado foi de R$ 6,99, sendo que, na semana passada, o valor mais comum cobrado do consumidor era de R$ 6,79.

Já o litro de álcool estava sendo comercializado ontem entre R$ 4,27 e R$ 4,59. E, na última semana, era possível encontrar o produto com variação de R$ 4,19 a R$ 4,49. Vale lembrar que a alta do combustível derivado da cana-de-açúcar ocorre em plena safra, que começou em abril.

Ou seja, mesmo com oferta de etanol ampliada no mercado, os motoristas estão pagando mais para abastecer seus veículos. "Esse reajuste ocorre para a paridade de preços em relação à gasolina, para equilibrar procura e oferta de produto", descreve o presidente da Arcomb, Edivaldo Tuschi.

ALTAS CONSECUTIVAS

Para se ter ideia, em quatro meses, a gasolina ficou 14% mais cara na cidade. Segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de 20 a 26 de fevereiro, o litro do produto custava, em média, R$ 6,00. Já o etanol era vendido a R$ 4,00.

Na época, portanto, o preço do álcool equivalia a 67% do da gasolina, sendo mais vantajoso em relação ao combustível fóssil. Esta margem foi ampliada nos últimos meses e o etanol chegou, nesta semana, a 60% a até 64% do valor da gasolina, ainda mais abaixo do patamar de 70% utilizado por especialistas para fazer o cálculo sobre qual produto é mais econômico para abastecer veículos flex (veja a conta no quadro ao lado).

EFEITO DOMINÓ

Além de reajustar a gasolina no último sábado em 5,18% (R$ 0,20) para as refinarias, a Petrobras também aumentou o preço do diesel em 14,26%, um acréscimo correspondente a R$ 0,70 por litro. A medida, que pesa no bolso dos motoristas, também deve pressionar ainda mais a inflação, já que a logística brasileira de distribuição de mercadorias está fortemente atrelada ao transporte rodoviário. Assim, o preço final delas ao consumidor certamente será impactado pelo encarecimento do frete.

A nova elevação ocorre no mesmo momento em que o governo federal negocia com o Congresso e governadores saídas para reduzir o preço dos combustíveis no País. Em meio a críticas do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a defender a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, o presidente da empresa, José Mauro Coelho, renunciou ao cargo na manhã desta segunda. Fernando Borges, diretor executivo de Exploração e Produção da estatal, assumiu interinamente a função (leia mais na página 15).

 

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