José Milagre

DeepFake será a próxima ferramenta de manipulação digital?

03/07/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Já se deparou com um filtro nas redes sociais que permite que você troque de rosto com alguém? Ou com algum vídeo cômico nas redes de uma pessoa pública falando ou cantando algo que claramente não é real? Se a resposta para as perguntas forem sim, é sinal que você já conhece a DeepFake. Essa tecnologia possibilita a criação de vídeos falsos gerados a partir da inteligência artificial, através da criação de um enorme banco de dados como referência, onde pode-se, a partir de uma foto ou vídeo real, decodificar expressões e então gerar inúmeros vídeos falsos de alguém falando ou cantando algo que obviamente nunca foi verídico. No começo, as DeepFakes eram usadas para fazer vídeos de comédia, mas nos últimos meses tem passado a ser vista como uma forte ferramenta de manipulação e enganação quando nas mãos de criminosos.

Como as DeepFakes podem nos afetar

> Nas urnas

Desde as eleições passadas, temos observado o impacto das redes sociais nas urnas. Campanhas contra Fake News e propagação de notícias não verídicas surgiram para tentar amenizar a manipulação através da Internet. Agora, você consegue imaginar como será se vídeos falsos muito bem elaborados passarem a circular pelo nosso feed diariamente propagando notícias e pronunciamentos não reais? Claramente, as DeepFakes carregam consigo esse agravo. Com a evolução da tecnologia, os vídeos têm se tornado cada dia mais realistas e perigosos. Os senadores dos EUA já estão em busca de uma regulamentação para o uso de DeepFakes fora do ciclo humorístico, já que, se usados de forma maliciosa, podem ter um impacto importante nas eleições.

> Nos golpes

Os golpes através de e-mails e WhatsApp têm se tornado recorrentes, onde criminosos se passam por familiares pedindo dinheiro, senhas e dados pessoais. Trata-se de um dos golpes mais comuns. É inimaginável o quanto as DeepFakes podem colaborar para o sucesso dos golpistas nesses casos. Se antes pessoas sem instrução já transferiam dinheiro para supostos filhos ou netos só com uma mensagem ou ligação, imagina recebendo um vídeo falso, dos seus parentes pedindo algo... Além disso, a questão da proteção de dados também está em jogo, pois na última terça-feira, o FBI publicou uma nota informando que cibercriminosos têm se candidatado para vagas remotas de tecnologia da informação e programação utilizando DeepFakes e dados roubados. O FBI afirmou que os criminosos têm usado vídeos e imagens muito convincentes, mas que geraram desconfiança por conta de movimentos das expressões da boca descoordenadas com a fala. Algumas dessas vagas permitem acesso a dados pessoais, financeiros e corporativos, fator que torna ainda mais perigoso o acesso por cibercriminosos.

Fica o alerta

Esteja sempre atento! Caso veja um vídeo suspeito na Internet, repare bem nos olhos, sobrancelhas e boca antes de compartilhar. Quando se trata do meio digital e novas tecnologias, todo cuidado é pouco, sobretudo na era das DeepFakes.

Reface

Um dos aplicativos muito usados para simular, a partir de imagens, vídeos e falas, é o Reface. Com o aplicativo, é possível simular e conhecer um pouco de como as DeepFakes podem, a partir de uma foto, inserir pessoas em vídeos com falas comprometedoras.

E você?

Já usou algum aplicavo de DeepFake? Conhecia a tecnologia. Envie sua mensagem para consultor@josemilagre.com.br e conte sua história. Compartilharemos na coluna.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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