Uma ligação telefônica despretensiosa uniu, de forma contundente, a história de Pedro Henrique e de Davi. Atualmente, a promissora dupla sertaneja figura com uma das mais conhecidas da noite bauruense. Juntos trabalham para galgar reconhecimento nacional.
“E, depois, tocar em Barretos. É a realização de todo artista sertanejo”, comenta Pedro. Para ele, o gênero musical já era marca de família. Mas Davi tentava a vida nos gramados, como jogador profissional. Nem por isso preteria a música. Por conta dela, fez contato com o atual parceiro de palco para pedir uma colaboração. Depois da iniciativa, os shows não tardaram a acontecer e eles nunca mais se separaram.
“Vi um vídeo do Pedro, tinha muita técnica. Liguei para pedir o telefone da professora de canto porque havia machucado de novo no futebol. Eu tinha um show e pedi para ele me acompanhar no ensaio”, conta Davi Vinícius Leite de Ferreira, 31 anos. A ligação, feita por acaso, deu liga nos palcos e assim nasceu a dupla que atrai cada vez mais o público de Bauru e região. “As vozes se encaixaram. Nunca tinha visto um timbre de voz como o dele”, revela Pedro Henrique Bernardo Cortelo, 23 anos.
Há seis anos na estrada, hoje eles fazem uma média de doze shows por mês. Grande parte são interpretações de outros cantores e atualmente trabalham em quatro canções autorais, que devem ser lançadas juntamente com o trabalho mais recente: um DVD gravado em Bauru, parte importante do próximo objetivo da dupla. “Queremos divulgar nosso trabalho e expandir os shows para a região”, explica Davi.
Na caminhada, sempre contaram com apoio das famílias. No caso de Pedro, dos pais Luis Carlos e Maria de Fátima, da irmã Mariana e do saudoso avô Luziano Cortelo (em memória). Do lado de Davi, o incentivo vem dos pais José Porfírio e Rosângela e dos irmãos Renato e Silas.
A dupla bateu um papo descontraído com o JC, confira a seguir um pouco da trajetória dos jovens.
Jornal da Cidade – Como foi que vocês começaram na música?
Pedro Henrique – Eu toco e canto desde os seis anos de idade. Minha influência vem da família. Principalmente do meu avô, ele era dono de um bar, apaixonado por música sertaneja raiz. Meu pai era músico e sempre cantou na noite, formei dupla com ele dos 12 aos 15 anos. Participamos de festivais sertanejos, de música raiz, na região.
Davi – Eu era jogador de futebol, lateral direito. Joguei a base no Noroeste, depois fui para Rio de Janeiro, Maranhão. Sofri muito com lesões, aí larguei mão. E gostava de música porque desde criança minha mãe levava a gente para cantar na igreja. Participei de uma banda sertaneja e fiz dupla com um primo meu, mas ele me deixou na mão no primeiro show (risos).
JC – E como vocês começaram a tocar juntos?
Davi – Uns amigos me mostraram um vídeo do Pedro. Vi que ele cantava bem, sabia técnicas. Como eu tinha machucado no futebol, pensei em pedir o telefone da professora de canto dele para aprender. Foi aí que começamos a conversar. E eu ia fazer meu primeiro show sozinho.
Pedro Henrique – Isso foi em 2016. Ele ia tocar em Bauru e perguntou se eu poderia acompanhar ele no ensaio. Gostei bastante, nunca tinha visto um timbre de voz como o dele, é bem diferente. Ele pediu para cantar uma música comigo e as vozes encaixaram. E aí cantamos juntos já no primeiro show dele, que era para ter sido sozinho.
JC - Vocês gravaram um DVD recentemente, o que motivou esse trabalho?
Pedro Henrique – É uma forma legal da galera conferir nosso trabalho. Regravamos os clássicos, músicas antigas. A ideia era gravar só coisa que a gente gosta, juntar uma na outra. Por isso chama ‘Pedro Henrique e Davi - Do nosso jeito’. Vamos lançar em todas as plataformas digitais dentro de uns 20 dias.
JC - Como vocês definem o show de vocês?
Davi - Varia bastante do lugar, às vezes a pessoa quer uma coisa mais antiga. Ou pode ser uma festa de faculdade, só música animada.
Pedro Henrique - Por gostar de música romântica, mais antiga, tentamos equilibrar.
JC – Vocês são jovens em um gênero musical muito consagrado no Brasil. Como se destacar?
Davi – A primeira coisa é ter o pé no chão. A gente faz por prazer e tenta transmitir o melhor.
Pedro Henrique – E tem espaço pra todo mundo. Mas precisa de um diferencial. No nosso caso, são as vozes mesmo.
Davi – Outra coisa legal é que fazemos inversão das vozes. Pedro é a primeira, mas em determinadas músicas a gente troca.
JC – Estão juntos há seis anos, como fazem para preservar uma boa relação?
Pedro Henrique - Tudo tem que ser equilibrado. Eu sou pilhado no máximo, tudo tem que resolver na hora, sou muito agitado, o Davi já é mais tranquilo.
Davi – E a maior qualidade nossa é um escutar o outro. Às vezes um fala algo, é melhor chegar em casa, pensar. Hoje estamos na nossa melhor fase, temos muito respeito pela opinião do outro. Isso torna o relacionamento muito melhor.
JC – E quais os sonhos de vocês?
Pedro Henrique - Tocar em Barretos, é a referência no sertanejo. Mas, primeiro, o reconhecimento nacional. Aí, estar lá seria consequência.
JC – E qual o próximo projeto?
Davi – A meta é divulgar nosso trabalho na região. Hoje, de doze shows no mês, sete são em Bauru. Então queremos expandir.
Frases:
Sonhamos com o reconhecimento nacional. Depois, tocar em Barretos, é a referência no sertanejo.
Eu sou pilhado no máximo, tudo tem que resolver na hora, sou muito agitado, o Davi já é mais tranquilo.
Nossa maior qualidade é um escutar o outro. Temos muito respeito, isso torna o relacionamento melhor.