José Milagre

Dados como moeda de troca

24/07/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Você sabia que seus dados podem estar sendo vendidos nesse momento? Uma pesquisa recente da NordVPN (empresa especializada em cibersegurança) identificou que as vendas de dados brasileiros na deepweb já ultrapassam a casa dos 88 milhões, sendo mais de 720 mil dados. Entre os itens mais comercializados estão passaportes, documentos de identidade, carteira de habilitação, números de telefone, contas online, logins de contas bancárias, contas de criptomoedas e até dados sensíveis (informações relacionadas a origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico).

Como evitar que os meus dados sejam comercializados ou utilizados sem permissão?

A regra básica e orientação primária é: sempre verifique se o local onde insere suas informações é seguro e legítimo, para reduzir o risco deles serem usados indiscriminadamente. Mas também evite deixar suas informações salvas nas plataformas, pois se você perder o aparelho ou ele for invadido, elas poderão ser facilmente acessadas pelos criminosos e fique sempre atento às movimentações das suas contas, seja rede social, apps bancários, e-mails ou compras do cartão de crédito. Para senhas, utilize as elaboradas, evitando datas de aniversário e números sequenciais, optando sempre pela combinação de números, letras e símbolos e sempre consulte o Registrato, serviço online do Banco Central. Ele apresenta todas as contas bancárias criadas em seu nome e pode evitar que suas informações sirvam de laranja para criminosos.

Como devo agir se for vítima?

Se você foi vítima de qualquer uso indiscriminado de dados, faça imediatamente o boletim de ocorrência, pois ele será útil caso seja responsabilizado por alguma ação criminosa a partir de seus dados e para que você possa ser reparado, em caso de prejuízo. Após, notifique imediatamente a instituição responsável, seja ele o banco ou a empresa de cartão de crédito. Ações imediatas têm mais chance de serem revertidas e reparadas. Em caso de não haver colaboração da instituição, procure um profissional especializado, pois ele poderá orientá-lo de forma personalizada e definir a melhor estratégia para reparação.

Como responsabilizar os criminosos?

A responsabilização dos agentes é possível, porém, na maioria dos casos, são utilizadas técnicas para camuflagem da sua localização, o que dificulta a apuração da autoria. Nesses casos, o auxílio de um profissional forense investigativo é indispensável. Esses profissionais atuarão no rastreamento dos criminosos, podendo, em alguns casos, através de técnicas e materiais específicos, identificar a origem das movimentações e as pessoas por trás da fraude.

Prevenção é sempre a melhor estratégia!

E você, já foi vítima ou conhece alguém? Compartilhe com mais pessoas estas dicas e vamos evitar que nossos dados sejam utilizados de forma irregular por criminosos. Para você, profissional, recomendo que mantenha-se sempre atualizado, pois os criminosos estão inovando e eles não perdem tempo. Deixo inclusive o meu convite para a próxima turma de Perícia Forense e Investigação Digital, que terá início em 8 de agosto. Lembre-se sempre, seja você pessoa física ou jurídica: para combater o crime cibernético é preciso saber como os criminosos agem!

Não se esqueça e envie sua dúvida, opinião ou sugestão para a coluna! Mensagem para consultor@josemilagre.com.br

 

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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