Daniela Hueb

Quando uma pinta indica sinal de cuidado?

24/07/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Ter pintas espalhadas pelo corpo é algo bastante normal, praticamente todos nós temos uma ou outra. Porém, algumas merecem mais atenção do que outras, porque podem indicar a presença de um câncer de pele. Na coluna deste domingo, vou falar mais a esse respeito e quais cuidados você deve ter para evitar surpresas desagradáveis.

Como uma pinta se forma

A pinta aparece por conta dos melanócitos, células que dão cor à nossa pele, visto que produzem a melanina (substância que dá pigmentação). Os melanócitos ficam na camada basal, logo abaixo da epiderme. Por motivos desconhecidos, as células de melanócitos se aglomeram e formam as pintas. Isso tende a acontecer na infância ou adolescência e podem crescer conforme a gente se desenvolve. As pintas têm diversos aspectos, cores mais ou menos claras, relevo, não há, necessariamente, um padrão. Até aí, tudo normal e sem grandes motivos de preocupação. Muita gente se preocupa querendo tirá-las para que não se tornem câncer de pele, mas essa nem sempre é uma necessidade. Nem toda pinta indica doença de pele.

Quando as pintas indicam preocupação?

São as que surgem do nada e crescem de forma rápida. Elas também costumam ter uma tonalidade mais escura, quase negra e nem sempre se mantêm com o mesmo contorno. Em geral, a Sociedade Brasileira de Dermatologia fala nas pintas ABCDE, que significa:

* A de assimetria: as pintas que podem ser sinal de câncer não são simétricas, ou seja, têm uma metade maior que a outra.

* B de borda: o que quer dizer que elas costumam ter bordas irregulares, curvas e pontas.

* C de cor: no caso, são pintas mais escuras, mas podem ainda ter manchas disformes

* D de diâmetro, como crescem rapidamente, têm um diâmetro maior do que de 5mm

* E de evolução, o crescimento das pintas que indicam câncer de pele é rápido e destoa das que temos desde a infância ou juventude.

Mas não basta apenas que você fique olhando as pintas e acredite que esse acompanhamento é suficiente. É essencial que você procure um dermatologista duas vezes no ano (ou mais, se o médico recomendar) para que esse profissional avalie sua pele. Dessa forma, você evita que uma pinta que possa ser câncer siga crescendo na sua pele e também mantém a tranquilidade em relação às demais pintas: muita gente acha que o caminho é tirar toda e qualquer pinta, mas não é. Seu dermatologista vai orientar você.

É possível evitar pintas?

Não podemos evitar que as pintas apareçam, mas podemos nos prevenir em relação ao câncer de pele. O sol é o principal causador de alterações celulares em toda a pele, que podem levar ao câncer no futuro. Lembrando que o sol tem efeito cumulativo ao longo dos anos, por isso, quadros de câncer de pele se tornam mais frequentes depois dos 50 anos. Em geral, pessoas de pele clara, dessas que ficam vermelhas quando se expõem ao sol sem proteção, são as mais atingidas pelos tumores. Mas isso não significa que pessoas de pele morena a negra não precisam se preocupar — precisam, e muito!

Como se prevenir do câncer de pele

* Evite se expor diretamente ao sol entre 10h e 16h. Nesse período, os raios ultravioleta estão muito intensos e causam danos à pele. E sempre use filtro solar.

* Opte por protetores com fator de proteção solar (FPS) superior a 30 — não importa a cor da sua pele. Reaplique-os ao longo do dia.

* Quando estiver exposto ao sol, use chapéus e veja a possibilidade de usar roupas que cubram a maior parte da pele. Hoje, existem opções de roupas com fator de proteção, isso é muito útil para quem trabalha em ambientes abertos e para crianças na praia ou piscina.

* E, mais uma vez, vá ao dermatologista para um check up com frequência e siga à risca as recomendações. O Brasil é um país tropical, nossa cidade é bastante quente, por isso, não dá para descuidar, combinado?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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