Enfim, desconfianças de alguns à parte, a sorte definiu os duelos e também o chaveamento até a final. De um lado, ficaram São Paulo x América-MG e Flamengo x Athletico; do outro, Corinthians x Atlético-GO e Fluminense x Fortaleza. No final das contas, uma chave, em tese, ficou mais forte do que a outra. Excluindo-se clássicos entre paulistas e cariocas ou ainda um duelo interestadual entre eles, o adversário mais forte e indigesto, em uma análise preliminar, seria o Athletico. E o agraciado com tão indesejado encontro foi o Flamengo.

Aliás, deste lado, a chave mais complicada, não há facilidade. Já que, se os favoritos avançarem, ocorre um clássico nacional entre São Paulo e Flamengo nas semifinais. Mas é preciso que o campo e o futebol de são-paulinos e flamenguistas ratifiquem qualquer previsão. O duelo rubro-negro é realmente aberto. O Furacão de Felipão é muito perigoso. O Flamengo mantém o favoritismo, mas não é nenhuma barbada.

O São Paulo é superior ao América-MG, mas resta saber qual São Paulo vai estar em campo, tamanho o número de desfalques que o time enfrenta. Não é exagero afirmar que a equipe vem sendo dizimada por lesões e ainda há suspensões. Não raro vem jogando com formação majoritariamente integrada por jovens oriundos das categorias de base. E os garotos made in Cotia vêm correspondendo. Mas em mata-mata falhas costumam ser implacáveis e a inexperiência pode pesar. O América-MG já se mostrou perigoso neste sistema de disputa e tem um técnico, Vagner Mancini, que não é nada bobo.

Caminho aberto?

Do outro lado, as quartas têm, apriori, um favorito: o Corinthians. Dificilmente, pelo que vem apresentando e pelo que pode evoluir com retornos importantes e reforços, o Alvinegro deixa escapar a vaga nas semifinais na ida e volta contra o Atlético-GO. Por mais que o time goiano já tenha sido algoz corintiano em 2021, penso que repetir a dose é bastante improvável.

Já Fluminense x Fortaleza é menos palatável para o clube carioca. Está certo que o Fortaleza está na zona de rebaixamento do Brasileirão há "séculos". Está certo que o time deixa escapar vitórias de maneira inacreditável, que perdeu Pikachu, um de seus principais jogadores - mas também anda se reforçando e contratou, entre outros, Thiago Galhardo e Otero -, mas eu gosto do trabalho de Juan Pablo Vojvoda e acredito que é um duelo indefinido. Para não ficar em cima do muro, penso que o Fluminense avança com dificuldade.

Reta final

Caso prevaleçam as previsões, São Paulo e Corinthians justifiquem o favoritismo e Flamengo e Fluminense vençam os seus difíceis confrontos, teríamos um Rio-São Paulo na reta final. De um lado, São Paulo x Flamengo e, do outro, Corinthians x Fluminense. Daqui para frente, tudo vira mero palpite. Em plenas condições físicas e psicológicas, os atuais elencos de Flamengo e Corinthians são superiores aos de seus adversários. Mas três dos possíveis semifinalistas estão envolvidos em três "frentes de batalha". Além da Copa do Brasil, têm Brasileirão e Libertadores ou Sul-Americana. A exceção é o Fluminense.

E muita coisa pode ter influência. Abatimento por eliminação ou empolgação por classificação, desgaste físico e emocional. Lesões, suspensões... Desprezando-se tudo isso, os favoritos para decidirem o título seriam Corinthians e Flamengo. Mas é impossível desprezar fatores tão presentes. Vamos aguardar. A lógica, pura e simples, aponta para a final alvinegra x rubro-negra. Mas futebol extrapola a lógica e por isso todas as oito torcidas podem sonhar.