José Milagre

Fizeram empréstimo em meu nome e fui vítima de fraude bancária

28/08/2022 | Tempo de leitura: 4 min

A fraude bancária caracteriza-se comumente pelo "furto de identidade" ou quando pessoas se passam por um correntista ou mesmo invadem suas contas e, neste ambiente, conseguem se valer de recursos disponíveis nos aplicativos online e netbanking, como compras, liberação de cartão de crédito, empréstimos e transferências. No mundo online, o "modus operandi" dos fraudadores para tirar dinheiro ou contrair empréstimos em bancos online em nome da vítima pode variar. Desde engenharia social com ataques phishing, onde a vítima é manipulada a apresentar dados ou clicar em códigos maliciosos, ao uso indevido de dados pessoais vazados das plataformas ou comprados no mercado de dados pessoais e que abastece a criminalidade cibernética.

Golpes em bancos virtuais e carteiras digitais

Se antes o marginal precisava se dirigir a uma agência e se passar pela vítima, por meio de dados e documentos falsificados, hoje, pode requerer empréstimos online, desde que consiga algumas informações necessárias e em alguns casos as senhas ou a biometria das vítimas. Mas o pior, algumas plataformas sequer oferecem a segurança necessária para que contratações desta natureza ocorram, permitindo facilmente que bandidos, na posse de alguns dados, consigam requerer empréstimos e créditos, com facilidade peculiar.

Como se proteger?

1.Cuidado com simulações de créditos online. Os marginais usam os "falsos simuladores" para pegar seus dados pessoais e acessar o app para criar contas ou pedir empréstimos;

2.Certifique-se que está acessando o site correto do banco ou prefira sempre logar-se no seu aplicativo, jamais acessando bancos de links ou pesquisa em buscadores;

3.Não clique em links em mensagens que receber sobre seu banco ou qualquer confirmação ou validação;

4.Não forneça dados pessoais, muito menos códigos que receber, em seu celular;

5.Recebeu SMS de autenticação sem estar se autenticando? Pode ser uma tentativa do marginal, faça contato imediato com o banco e preserve o SMS;

6.Se receber qualquer ligação pedindo para que confirme seus dados pessoais, senhas, códigos, mesmo que pareça algum funcionário do banco fazendo um "apelo de que sua conta está sendo invadida", não passe nada, registre tudo e após faça contato com banco nos canais oficiais;

7.Consulte sempre o serviço Registrato, do Banco Central do Brasil (https://www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/registrato) para verificar se seus dados não estão sendo usados em outras instituições desconhecidas ou mesmo consulte o score do Serasa e avalie atividades anormais;

8.Monitore e remova da internet dados pessoais que identificar, através de uma assessoria especializada em privacidade e dados pessoais ou advogado especialista em direito digital;

9.Não pague "taxas iniciais" para contratação de empréstimo pessoal em bancos;

10.Sempre verifique se as empresas de empréstimos são cadastradas no Banco Central.

Por outro lado, nem sempre é possível evitar ser vítima de uma fraude bancária, sobretudo porque muitas vezes, por mais que façamos o nosso dever em relação a proteção de dados pessoais e segurança da informação, a vulnerabilidade é no Banco ou App Digital, ou seja, este deu causa ou teve uma falha explorada. Consciente deste cenário, é importante saber como agir e o que fazer para recuperar o dinheiro.

O que fazer caso tenha sido vítima?

1.Preserve todos os registros online da abordagem. Isso inclui mensagens, áudios, vídeos, e demais registros das interações com os criminosos;

2.Imediatamente registre a ocorrência e faça contato com o Banco, notificando sobre o ocorrido, solicitando ao antifraude o bloqueio de valores e estorno; O banco irá instaurar um procedimento. Cuidado neste ponto, muitos bancos costumam fazer questões à vítima com o escopo de futuramente alegar que esta teve "culpa exclusiva" na fraude. Esteja assessorado por um advogado especializado em crimes virtuais;

3.Do mesmo modo, notifique seu app ou instituição bancária, nos termos da LGPD (Lei 13.709/2018) para que informe quais dados foram usados indevidamente e quais ações tomadas pelo time de resposta a incidentes e demais informações sobre seus dados pessoais, usado para fins criminosos;

4.Abra uma reclamação em sites especializados de reclamação contra consumidores e no próprio Procon. Isso força as empresas a agilizarem a análise do seu caso;

5.Procure ajuda especializada para ação contra o Banco/Instituição visando identificação dos responsáveis, nos termos do art. 15 da Lei 12.965/2014 (Marco Civil da Internet), solicitação das gravações ou logs das atividades de empréstimo e reparação pelos dados causados diante de falha de segurança nos procedimentos de checagem de autenticidade de quem solicitava empréstimo ou abria uma conta e nome da vítima;

6.Aja rapidamente, pois cada minuto é decisivo para o sucesso na recuperação de valores eventualmente transferidos.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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