O cultivo do avocado hass, uma variedade de abacate com casca escura e polpa mais consistente que o abacate tropical, está crescendo em ritmo acelerado no Brasil e a maior exportadora deste tipo de fruta tem sede em Bauru. Hoje, a Jaguacy responde por 80% de todo o volume de avocado exportado no País, com previsão de expandir seus mercados para os próximos anos.

Para contar um pouco dessa trajetória, a sócia-proprietária da empresa, Lígia Falanghe Carvalho, será uma das palestrantes do 1.º Encontro de Temas Transversais das Câmaras Setoriais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, nesta quinta-feira (8).

No próximo dia 21, a Jaguacy completa 50 anos de existência, contabilizando aproximadamente 300 funcionários e áreas de cultivo não apenas em Bauru, mas em mais cinco municípios do Interior do Estado.

Carvalho revela que, em 2021, mesmo em ano de crise hídrica, a empresa exportou em torno de 2,1 mil toneladas, o correspondente a 85% de sua produção. "Nossos principais compradores são países da Europa, Argentina e Uruguai. E estamos galgando abertura de mercado nos Estados Unidos, Chile e até ampliar as vendas no mercado interno, devido à expectativa de aumento de consumo desta variedade", projeta.

Além de os países estrangeiros pagarem bons preços, outro motivo que favorece a exportação é o fato de o avocado hass suportar viagens de 40 dias em navios, diferentemente do que ocorre com o abacate convencional. "É uma variedade muito bem adaptada", acrescenta a sócia, salientando que o solo de Bauru é propício para a produção deste tipo de fruta, embora outras áreas na região de Avaré, com maior altitude, tenham se mostrado ainda mais adequadas.

Segundo Lígia Carvalho, a Jaguacy começou pelas mãos de seu pai, que trouxe mudas após uma visita à África do Sul. "Ele era de Bauru e começou o negócio por aqui mesmo. O avocado hass surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, e foi se disseminando pelo mundo. No Brasil, fomos os primeiros a iniciar a produção desta variedade", conclui.