Ao conversar poucos minutos com o capitão Leo Artur Marestoni, 38 anos, já é possível notar que, em seu coração, bate forte a dedicação e o amor à Polícia Militar Ambiental, "herança" da família. Contudo, na veia do comandante da corporação em Bauru - responsável por 39 municípios -, também corre outra paixão que muita gente desconhece: o rock and roll. "Toco baixo e gosto de todo tipo de rock", revela ele, que é fã de bandas como Kiss e Creedence Clearwater Revival.
Entre essa dedicação e paixão, também se mostra uma pessoa muito família. No peito dele, sob a farda, seguem guardados os eternos amores: o pai Moizés, policial aposentado da Ambiental; a mãe Fátima; a irmã Letícia, também capitã da Polícia Militar (PM); a esposa Luciana; e o filho Luigi, de 5 anos.
Nascido em Pederneiras, chegou a Bauru para fazer ensino médio no Colégio Técnico Industrial (CTI) da Unesp. Depois, foi para a Academia de Polícia Militar do Barro Branco, onde formou-se em 2005. Nessa época, também concluiu o bacharelado em Direito.
Na corporação, trabalhou em várias praças, como Dracena, Barra Bonita e Araçatuba. Com o tempo, trilhou os caminhos do pai e constituiu a carreira na Ambiental. Desde 2019, comanda a Companhia de Bauru. "Precisamos defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações", destaca o capitão, parafraseando a Constituição Federal.
Ao longo de sua trajetória, preserva também o amor pelos estudos e pelos livros. É pós-graduado em História e Filosofia, planeja concluir outro curso de Gestão Ambiental e, atualmente, faz mestrado profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, requisito para a promoção a major, próximo passo na carreira.
Durante entrevista ao JC, o 'capitão roqueiro' ainda revelou gostar de cinema, além de ser alucinado por motos desde criança e também por aventuras mais radicais, como pular de paraquedas. A seguir, você confere mais detalhes da história do comandante da Polícia Ambiental em Bauru.
Jornal da Cidade - Como se interessou pela carreira na Polícia Militar Ambiental?
Capitão Leo Artur Marestoni - Sempre gostei da carreira militar por causa do meu pai, que foi da Ambiental, e também da minha irmã, que é capitã da PM. Fez parte da minha infância, era assunto dentro de casa. Pouco tempo depois que me formei no Barro Branco, pedi para ir à unidade, porque achava uma especialidade muito interessante.
JC - Quais são as particularidades do trabalho na nossa região?
Capitão Marestoni - Na estiagem, temos muitas ocorrências de fogo em mato, vegetação e pastagens. Quando elas acabam, entra o período da piracema e temos muita pesca ilegal. Fora isso, as apreensões de animais silvestres em cativeiro também são expressivas.
JC - Qual a maior satisfação em exercer a função na Ambiental?
Capitão Marestoni - O artigo 255 da nossa Constituição chega a ser poético quando diz que todos somos responsáveis pela preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Quero um mundo melhor para o meu filho, meu neto. Assim como meu pai se orgulha do trabalho que fez, quando vemos, por exemplo, uma área que ele autuou e, hoje, está reflorestada. O principal serviço da Ambiental não é multar, porque aí a infração já aconteceu. É muito melhor quando uma pessoa liga para tirar uma dúvida e podemos orientá-la. É a consciência ecológica, conservacionista, educação ambiental.
JC - Atualmente, o senhor faz mestrado. Estudar é por necessidade ou por vocação?
Capitão Marestoni - Sempre gostei muito de estudar. Meus avós vieram do sítio, então, davam muito valor aos livros. Antes de ingressar no Barro Branco, fazia o ensino médio de manhã e o técnico à tarde, no CTI. À noite, ia para o cursinho e, aos sábados, tinha aula de inglês. Depois, a carreira de oficial sempre exigiu muita leitura e estudo. Hoje, estou no mestrado profissional, na Capital, pois espero ser promovido a major nos próximos anos. Defenderei minha dissertação no ano que vem. Além disso, fiz bacharelado em Direito, uma pós em História e Filosofia, porque são áreas que eu gosto muito, e ainda vou terminar outra pós em Gestão Ambiental.
JC - Quando não está de farda, o que o Leo gosta de fazer?
Capitão Marestoni - Sou muito caseiro. Como passo a semana na Capital pelo mestrado, chego em casa e quero ficar com a esposa e o filho. Gosto de cozinhar, principalmente quando pedem algo para mim. É um desafio fazer algo novo. Também gosto de cinema e sou apaixonado por música. Minha esposa toca música clássica, sertaneja, mas eu gosto mesmo é de rock.
JC - Como despertou esse interesse pelo rock and roll?
Capitão Marestoni - Em casa, quando criança, a gente só ouvia rádio e as músicas eram, na maioria, sertanejas. Nunca gostei. Aos 12 anos, conheci um aluno, o Fábio, que depois virou meu amigo. Um dia, combinamos de jogar videogame na casa dele. Quando cheguei, ele estava escutando Kiss. Logo que ouvi, deu um estalo na minha cabeça: 'Epa! Essa música é legal'. E foi assim que começou a paixão pelo rock.
JC - E no seu rádio? O que toca?
Capitão Marestoni - O Kiss acabou virando minha banda favorita. Já fui no show, gosto demais... mas nunca pintei a cara (risos). Também gosto de Creedence Clearwater Revival, toquei Proud Mary no meu casamento, no baixo, e Psycho Killer (do Talking Heads), pois me lembra muito das baladas que ia quando era moleque. No geral, gosto de todo tipo de rock.
JC - E entre os passeios, o que o senhor gosta de fazer?
Capitão Marestoni - Sempre gostei muito de andar de moto. A Luciana e eu saíamos todo final de semana para passear. Mas, vendi quando ela ficou grávida, as prioridades eram outras. Tenho muita saudade e, quando o Luigi crescer um pouco, com certeza, vou comprar outra moto. E já tivemos oportunidade de pular de paraquedas, em 2012, logo no começo do namoro. Foi uma experiência emocionante, muita adrenalina! Tenho vontade de saltar novamente.