Wagner Teodoro

Atalho falhou

02/10/2022 | Tempo de leitura: 3 min

A Copa Sul-Americana era "o" campeonato do São Paulo na temporada. Título internacional, atalho para Libertadores e, consequentemente, uma tranquilidade para planejamento, além do prestígio de voltar a ganhar um torneio continental, algo que o clube é especialista e que a torcida gosta. Mas o atalho falhou. O Tricolor foi derrotado pelo Independiente Del Valle, do Equador, neste sábado (1), e acabou ficando com o vice da Sula. Desfecho frustrante para torcedores e, certamente, diretoria, comissão técnica e elenco.

Analisando friamente, a temporada do São Paulo é boa. O time foi vice-campeão da Copa Sul-Americana e do Campeonato Paulista, além de semifinalista da Copa do Brasil. Ou seja, no mata-mata, a equipe rendeu, chegou. Porém, acabou não conseguindo algo fundamental para o gigantismo de um clube do tamanho do São Paulo: título. Resta, agora, remar muito na reta final do Campeonato Brasileiro, que acabou preterido em função das copas, para buscar vaga na Libertadores, algo importantíssimo no planejamento do clube.

Sobre a final, o São Paulo, como vem sendo comum, desperdiçou "um caminhão" de gols. E aquela velha máxima do futebol entrou em ação. O Independiente Del Valle, clube que vive ascensão no cenário do continente, aproveitou melhor, concluiu com precisão, as oportunidades que conseguiu criar. A primeira em vacilo da defesa são-paulina - aliás, porque a formação com Rafinha, que se mostrou tão eficaz, não foi o time inicial para uma final decidida em jogo único? -, o segundo, em bela jogada do setor ofensivo equatoriano.

O argentino Lautaro Díaz, autor de um gol e da assistência para o segundo gol do Independiente Del Valle, marcado por Faravelli, foi decisivo. Inclusive, eleito pela Conmebol o melhor do jogo. O emergente time equatoriano, por sinal, fez uma competente partida dentro de sua proposta. Foi seguro em boa parte do confronto, apesar de passar sufoco no começo do segundo tempo, mas se mostrou tranquilo e sólido para sair da adversidade. Termina a competição campeão invicto, garantindo o bicampeonato. Pelo lado do São Paulo, sobraram oportunidades, mas faltaram tranquilidade, pontaria e eficiência. Assim, um amargo vice de uma competição que era "vencível" e a nova conquista internacional tricolor ficou para uma próxima oportunidade. 

Segue no topo

Apesar da derrota na final da Copa Sul-Americana, o São Paulo segue consolidado como o papão brasileiro em competições internacionais. Frustração deste sábado à parte, o clube parece ter esta vocação. A torcida tem preferência e o histórico não mente.

O Tricolor soma 12 títulos neste quesito e é de longe o brasileiro com maior sucesso fora do País. O São Paulo é o único clube nacional tricampeão mundial e da Libertadores (1992, 1993 e 2005). Além disso, a galeria são-paulina ostenta os troféus da Supercopa da Libertadores (1993); Copa Sul-Americana (2012); Recopa Sul-Americana (1993 e 1994); Copa Conmebol (1994) e Copa Master Conmebol (1996).

"Bônus" perdido

O bicampeonato da Copa Sul-Americana, além do status e glória, traria bônus ao São Paulo nesta busca por retomada de protagonismo após praticamente uma década de jejum. Seria o segundo título consecutivo em duas temporadas (ganhou o Campeonato Paulista do ano passado), algo que o Tricolor não atinge há tempos. O São Paulo receberia premiação de 5 milhões de dólares, valor importante para a saúde financeira do clube, que tem dívidas. Com o vice, ficou com 2 milhões de dólares. E deixaria o ambiente de cobranças um pouco menos pesado no Morumbi. 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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